SPMI Aponta equívocos ao plano de emergência da Saúde

8 de Junho 2024

Foram os seguintes, os pontos “críticos avançados pela delegação da SPMI: Baixa eficiência dos serviços hospitalares: A necessidade de reorganização para garantir um trabalho mais eficiente e uma avaliação de resultados que melhorem a saúde dos doentes. Falta de especialistas em Medicina Interna (MI): A especialidade tem uma baixa atratividade para novos médicos, resultando em […]

Foram os seguintes, os pontos “críticos avançados pela delegação da SPMI:

  1. Baixa eficiência dos serviços hospitalares: A necessidade de reorganização para garantir um trabalho mais eficiente e uma avaliação de resultados que melhorem a saúde dos doentes.
  2. Falta de especialistas em Medicina Interna (MI): A especialidade tem uma baixa atratividade para novos médicos, resultando em 250 vagas não preenchidas nos últimos dois anos, o que é essencial para o funcionamento hospitalar.
  3. Internamentos indevidos e casos sociais: 2164 camas hospitalares estão ocupadas indevidamente, prejudicando o funcionamento dos serviços.
  4. Excesso de afluência às urgências: Mais de 40% dos casos nos serviços de urgência (SU) não são urgentes, comprometendo a avaliação de doentes graves e criando dificuldades no encaminhamento de doentes devido à falta de vagas.

Publicação do Plano de Emergência da Saúde:

Em 29 de maio, foi publicado o plano de emergência da saúde, que, segundo a SPMI, confirmou a precipitação e a incongruência do processo. Luís Duarte Costa, Presidente da SPMI, destacou que o principal problema das urgências não reside nas próprias urgências, mas sim nos fluxos antes e depois do atendimento.

“Portugal é o país da OCDE com o maior número de episódios de urgência, cerca de 70 por 100 habitantes anuais, o dobro de Espanha, o segundo país neste ranking. Este cenário contrasta com a classificação de acesso a consultas a curto prazo, onde Portugal está em último lugar”, afirma Duarte Costa.

Alternativas para Acesso aos Cuidados de Saúde:

A SPMI aponta que as sugestões no plano para criar “centros de atendimento clínico” carecem de clareza sobre como serão providos de médicos. Experiências passadas em reencaminhar doentes para os Cuidados de Saúde Primários (CSP) falharam, não por falta de vagas, mas pela recusa dos próprios doentes.

Duarte Costa também critica a proposta de hospitalização domiciliária para doentes com alta clínica, dado que a recusa do doente e família em levá-los para casa é o problema. Esse tipo de doente necessita de apoio social ou de enfermagem, e não tanto de cuidados médicos intensivos.

Criação de uma Especialidade de Urgência:

O plano sugere a criação de uma especialidade de Urgência, o que a SPMI considera inadequado. Duarte Costa argumenta que uma especialidade médica deve ser criada em prol do interesse do doente, e não por interesses particulares de médicos ou gestores. O responsável sublinha  que nenhuma especialidade, por si só,  pode cobrir a vasta gama de situações que surgem nas urgências hospitalares.

“A criação de uma especialidade de urgência não resolverá os problemas estruturais. O serviço de urgência será sempre multidisciplinar. Não pode ser confinado a uma única especialidade”, sublinha Duarte Costa.

Colaboração e Medidas Propostas pela SPMI:

Os médicos internistas estão empenhados em colaborar na melhoria das urgências hospitalares. Propostas para curto prazo incluem melhor direcionamento de casos não urgentes aos CSP, utilização de telemedicina, consultas rápidas, envolvimento de enfermeiros e farmacêuticos na educação dos doentes, e o reforço das equipas de urgência com outras especialidades.

Para o longo prazo, a SPMI sugere a melhoria dos sistemas informáticos e uma redefinição dos modelos organizacionais tanto hospitalares quanto dos CSP.

Disponibilidade para Colaborar:

A SPMI está disponível para colaborar com a Ministra da Saúde, mas rejeita a criação de uma especialidade de urgência imposta na Assembleia da República, especialmente depois de já ter sido rejeitada pela Assembleia de Representantes da Ordem dos Médicos.

“Confiamos que, utilizando a força motriz da Medicina Interna dentro dos hospitais e SNS, poderemos efetuar uma verdadeira mudança em prol dos doentes, e não de interesses restritos a certos médicos e gestores”, conclui o Presidente da SPMI.

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