Estudo da UC avalia presença de vírus e bactérias em macroalgas e halófitas da costa portuguesa

13 de Junho 2024

Universidade de Coimbra destaca segurança de algas e halófitas, mas alerta para cuidados no consumo direto da natureza.

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em colaboração com a Faculdade de Farmácia (FFUC), realizou um estudo pioneiro para avaliar a presença de vírus e bactérias em macroalgas e halófitas da costa continental portuguesa. Este estudo foi motivado pela crescente popularidade destes produtos em novas tendências gastronómicas saudáveis.

Publicado na revista científica Food Control, o estudo teve como objetivo analisar possíveis efeitos adversos decorrentes do consumo de macroalgas e halófitas em Portugal. Foram recolhidas cerca de 50 amostras, desde Vila do Conde até Cascais, para avaliar a presença de Norovirus e Salmonella, patógenos responsáveis por infeções graves e transmissíveis através da ingestão de alimentos contaminados.

“Este estudo mostrou a grande qualidade das águas costeiras portuguesas no que diz respeito à presença de Norovirus e Salmonella em macroalgas. No entanto, a bactéria Salmonella foi detetada numa halófita recolhida numa das praias amostradas, o que realça a importância de a população não apanhar espécimes em meio natural para uso culinário”, destacou Elsa Teresa Rodrigues, investigadora do Departamento de Ciências da Vida (DCV) e do Centro de Ecologia Funcional (CFE), e coordenadora deste estudo.

A investigação revelou que, embora existam poucas informações sobre os perigos microbiológicos em macroalgas e halófitas comestíveis, os métodos normalizados para deteção de Norovírus em vegetais foram aplicados com sucesso a estas amostras. O método NF EN ISO 15216-2 foi validado para 72% das amostras, mostrando-se adequado para macroalgas verdes e vermelhas, bem como para halófitas, mas necessitando de otimização para macroalgas castanhas. A presença de Salmonella foi avaliada em 46 amostras pelo método ISO/FDIS 6579, sendo detetada numa halófita.

Em 2020, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) reconheceu o impacto potencial das alterações climáticas na qualidade dos produtos para consumo humano, incluindo a magnitude de doenças alimentares causadas por Norovírus e Salmonella.

O artigo científico “Portuguese macroalgae and halophytes for human consumption: minimal risk of Norovirus and Salmonella infection” pode ser consultado aqui.

NR/PR/HN

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