Profissionais de saúde carecem de formação em competências digitais, revela estudo europeu

18 de Junho 2024

Um estudo europeu, liderado pelo investigador português Luís Lapão da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCT), destaca a necessidade urgente de formação em competências digitais para profissionais de saúde

O estudo, intitulado ‘Training Needs Assessment for the Design of Health Care Digital Transformation Courses in EU’, revela que a maioria dos profissionais não sabe utilizar ferramentas digitais essenciais, incluindo aplicações de telemedicina.

Conduzido no primeiro semestre de 2023 e cofinanciado pelo projeto EU4Health da Comissão Europeia, o estudo abrangeu profissionais de saúde de Portugal, Bélgica, Letónia, Noruega e Itália. Os resultados serão apresentados em dois congressos científicos: IEEE MELECON 2024, no Porto, em 25 de junho, e na European Public Health Conference 2024, em Lisboa, de 13 a 15 de novembro.

O estudo evidenciou uma lacuna significativa entre as competências digitais declaradas e a capacidade de aplicá-las no ambiente de trabalho. Entre os profissionais inquiridos, 53% a 56% reconhecem possuir aptidões digitais básicas e competência de análise de dados, mas apenas 27% conseguem utilizar essas ferramentas para resolver problemas no trabalho. Além disso, apenas 21% dominam soluções digitais avançadas, como dispositivos inteligentes e aplicações de telemedicina, enquanto 12% admitem conhecer essas tecnologias, mas não as utilizam.

Os resultados sublinham a urgência de desenvolver programas de formação em competências digitais, focados nas necessidades colaborativas e individuais dos profissionais de saúde. O estudo sugere a implementação de um formato híbrido de formação, combinando sessões presenciais e online, para maximizar a eficácia do aprendizado.

“Num cenário de saúde em rápida evolução, a transformação digital da saúde é o presente e futuro inadiáveis. Sem as competências necessárias, este caminho torna-se insustentável para os profissionais e as equipas de saúde. É essencial apostar seriamente em formação de qualidade para todos os níveis de cuidados, visando um ecossistema digitalmente capacitado”, afirma Mélanie Maia, investigadora do projeto e primeira autora do estudo.

Metodologia do Estudo
A investigação envolveu cerca de 400 profissionais de saúde, incluindo nutricionistas, técnicos de radiologia, médicos, enfermeiros, entre outros, em cinco países europeus. Liderada por uma equipa do UNIDEMI da NOVA FCT, em colaboração com investigadores de outros países da União Europeia, o estudo integra o projeto europeu ‘eHospital4Future – Building future through an innovated and digital skilled hospital’ (EU4Health 101101190).

NR/PR/HN

 

 

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