Urgências de obstetrícia: Ordem dos Enfermeiros pede intervenção urgente do Ministério da Saúde

6 de Agosto 2024

A Ordem dos Enfermeiros (OE) manifestou, hoje, em comunicado, sérias preocupações com a crítica situação nos serviços de urgência de obstetrícia em Portugal

Segundo a OE este cenário está a comprometer gravemente o direito das mulheres a cuidados de saúde materna e obstétrica seguros, oportunos e de alta qualidade, colocando em risco o bem-estar das mães e dos seus bebés.

Na nota aos órgãos de comunicação social, o OE sublinha a necessidade urgente de ação por parte do Ministério da Saúde. “Não podemos deixar o Serviço Nacional de Saúde refém de humores individuais,” afirmou a entidade, apelando para que o atendimento a grávidas de baixo risco seja garantido pelos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (EEESMO). Esta medida permitiria que os médicos obstetras se concentrassem em casos de maior complexidade, que exigem a sua intervenção especializada.

A Ordem defende que Portugal deve alinhar-se com as recomendações internacionais que sugerem a criação de Centros de Parto Normal junto aos Serviços de Obstetrícia. Estes centros, baseados na valorização das competências dos EEESMO, seriam essenciais para garantir um atendimento adequado às grávidas de baixo risco.

A situação atual, onde muitas grávidas são forçadas a percorrer distâncias superiores a 200 km para receber atendimento, é inaceitável e revela a urgente necessidade de reformar a rede de atendimento. É fundamental garantir que todas as mulheres tenham acesso a cuidados de saúde equitativos e de qualidade, independentemente de sua localização, defende a OE.

No comunicado, A OE destaca ainda a importância de otimizar a utilização dos recursos humanos especializados. Portugal possui um número significativo de Enfermeiros Especialistas, cujas competências são reconhecidas internacionalmente. Estes profissionais estão preparados para assegurar a assistência completa às grávidas de baixo risco, promovendo uma gestão mais eficiente dos recursos humanos e assegurando um parto mais humanizado e seguro.

Por fim, a Ordem dos Enfermeiros reafirma a sua disponibilidade para colaborar com o Ministério da Saúde e a Ordem dos Médicos na implementação das reformas necessárias nas maternidades do país, visando sempre a melhoria do serviço prestado e a segurança das grávidas e dos seus bebés.

NR/HN/PR

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