Atualmente, cinco urgências desta especialidade encontram-se fechadas na região de Lisboa e Vale do Tejo, nomeadamente nos hospitais de São Bernardo (Setúbal), Nossa Senhora do Rosário (Barreiro), Garcia de Orta (Almada), São Francisco Xavier e Santa Maria (Lisboa).
A Península de Setúbal, com uma população de mais de 800 mil habitantes, é servida por apenas três hospitais: São Bernardo, Garcia de Orta e Nossa Senhora do Rosário. O encerramento das urgências de ginecologia e obstetrícia nestes hospitais obriga as grávidas a deslocarem-se para unidades hospitalares da Área Metropolitana Norte de Lisboa, muitas das quais também enfrentam constrangimentos significativos.
Face a esta situação, a comissão de utentes de Sesimbra exige a reabertura imediata das urgências no distrito e apela ao investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente na contratação de profissionais, na construção de centros de saúde e hospitais, e na rápida edificação do Hospital no Seixal, com uma capacidade mínima de 300 camas e todas as especialidades médicas essenciais para responder às necessidades dos concelhos de Sesimbra e do Seixal.
A situação tem gerado uma onda de protestos por parte de autarcas, comissões de utentes e partidos políticos da região. A Federação Distrital de Setúbal do PS e todas as suas estruturas concelhias manifestaram a sua “profunda apreensão” com a falta de resposta às grávidas, exigindo a inversão imediata da situação e destacando a falta de articulação e planeamento por parte da Direção Executiva do SNS.
Por seu lado, a concelhia do Barreiro do PCP considera que o encerramento das urgências é “um atentado à saúde maternoinfantil” e uma consequência direta das políticas de direita protagonizadas pelos sucessivos governos, tanto do PS como do PSD/CDS. O partido alerta para o aumento da insegurança e da ansiedade das famílias, que se veem obrigadas a deslocar-se para hospitais distantes.
A situação vivida no distrito de Setúbal evidencia a necessidade urgente de investimento no SNS, de forma a garantir o acesso a cuidados de saúde de qualidade e proximidade para todos os cidadãos, em particular para as grávidas e os bebés, cuja segurança e bem-estar devem ser uma prioridade absoluta.
NR/HN/Lusa
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