Wellbeing Awards: Celebrando as melhores práticas de bem-estar corporativo

08/21/2024
"É essencial desenvolver uma cultura genuína de bem-estar que vá além de iniciativas isoladas. Isso significa criar um ambiente onde o bem-estar seja uma prioridade central, refletido nas políticas, práticas e valores da organização" Tiago Santos, CEO da Workwell

Criados há 15 anos, os Wellbeing Awards nasceram para reconhecer e celebrar as melhores práticas de bem-estar corporativo. Com um balanço positivo das edições anteriores, espera-se consolidar a participação e aumentar a qualidade das candidaturas na edição deste ano. As categorias selecionadas refletem os principais desafios das organizações, e os critérios de avaliação consideram a estruturação dos programas, o envolvimento dos colaboradores e a liderança. O futuro dos prémios passa por se tornarem uma referência na partilha de boas práticas e na evolução do bem-estar nas empresas. Em entrevista exclusiva ao nosso jornal, Tiago Santos, CEO da Workwell relata a história destes prémios e fala dos impactos nas organizações resultantes da implementação dos projetos

Healthnews (HN) – Como surgiram os Wellbeing Awards?
Tiago Santos (TS) – Os Wellbeing Awards nasceram da experiência acumulada pela Workwell ao longo de mais de 15 anos na promoção da saúde e bem-estar corporativo. Observamos a transformação positiva que programas bem estruturados podem trazer para as organizações e quisemos criar uma plataforma que reconhecesse e celebrasse essas iniciativas. Por outro lado, sentimos a necessidade de destacar as melhores práticas e inspirar outras empresas a adotar abordagens que elevem o Bem-Estar das suas equipas. Tudo isto com o propósito de aumentar o Bem-Estar nas empresas.
HN – Que balanço faz das anteriores edições da iniciativa?
TS – Fazemos um balanço bastante positivo. A primeira edição foi uma surpresa bastante positiva. Esperávamos uma boa aceitação, mas nunca alcançar perto de 100 candidaturas. Na segunda edição, conseguimos superar esse nível de submissões, superando as 100 organizações, mas também garantir que a qualidade das candidaturas permanecesse elevada. Estes números são demonstrativos do crescente interesse e compromisso das empresas com o bem-estar no local de trabalho, refletindo uma evolução e maturidade cada vez maior das empresas em adotar práticas eficazes para o bem-estar dos seus colaboradores.
HN – Quais as expectativas a nível de participação e da qualidade das candidaturas para a edição deste ano?
TS – Nessa terceira edição, queremos consolidar o trabalho já desenvolvido e manter o nº de 100 submissões, isto em termos quantitativos. Por outro lado, esperamos um aumento na qualidade das candidaturas, pois muitas delas contam já com o feedback das edições passadas, o que lhes permite identificar os pontos de melhoria. A nossa expetativa é que o score médio possa subir, refletindo que o padrão das práticas de bem-estar corporativo nas diversas empresas está a aumentar em quantidade e qualidade.
HN – Quais as categorias definidas para a edição de 2024 e como elas refletem as diferentes necessidades das organizações?
TS – Para este ano contamos com as seguintes categorias:
Best Wellbeing Program
Best Mental / Emotional Health Strategy
Best Physical Wellbeing Strategy
Best Engagement and Communication in Wellbeing
Best Leadership and Culture in Wellbeing
Safest Psychological Workplace
Best Musculoskeletal Health program

As categorias para a edição de 2024 foram estruturadas para enfrentar os principais desafios que impactam o bem-estar das pessoas, das organizações e dos seus programas.
Cada categoria foi desenvolvida não só para reconhecer as melhores práticas, mas também para inspirar soluções inovadoras que possam ser replicadas em diferentes contextos organizacionais. Ao focar em áreas que são frequentemente citadas como desafios significativos, os Wellbeing Awards incentivam as empresas a adotar uma abordagem holística e proativa para o bem-estar, promovendo ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos. Este alinhamento com as necessidades reais das organizações garante que os prémios não só celebrem o sucesso, mas também direcionem a atenção para áreas onde melhorias contínuas são necessárias.
HN – Quais os critérios utilizados para avaliar e premiar as empresas nas diferentes categorias dos Wellbeing Awards?
TS – Os Wellbeing Awards, têm várias fases de avaliação, tanto qualitativamente como quantitativamente.
Numa primeira fase as organizações respondem a um inquérito onde são avaliados vários pontos de performance das suas práticas e programas e que têm influência direta e indireta no Bem-Estar. Nomeadamente a forma mais ou menos estruturada que a empresa utiliza para levar Bem-Estar às suas pessoas, se as envolve e ausculta neste processo de desenvolvimento, se a própria liderança da empresa se encontra comprometida com o tema, entre outros indicadores. A este inquérito dirigido aos responsáveis da empresa, juntamos um outro, mas para os colaboradores. Queremos saber a perceção da pessoa e não só da organização. Estes dois pontos de avaliação dão origem ao score que permite classificar as organizações num ranking que destaca os finalistas.
Após esta primeira fase, as organizações são sujeitas à entrega de um pitch/entrevista onde explicam com maior detalhe a forma como organizam e estruturam as suas práticas de Bem-Estar. Este momento de avaliação é conduzido por um grupo de jurados independente e especializado na área de Bem-Estar e recursos humanos.
No final, são juntos diferentes elementos avaliativos e mediante a respetiva preponderância de cada um deles, obtemos a classificação final.
HN – Quais os principais desafios que as empresas enfrentam na implementação de programas de saúde e bem-estar?
TS – Um dos principais desafios é a integração e sistematização do bem-estar na cultura organizacional existente. Não podemos gerir algo que ainda não tem estrutura. É necessário sistematizar, estruturar, investir, para que se consigam resultados. Além disso, a medição do impacto e o envolvimento contínuo dos colaboradores são áreas que muitas empresas encontram dificuldades. No entanto, com uma abordagem bem planeada e personalizada, esses obstáculos podem ser superados.
HN – Já é possível identificar tendências da análise das candidaturas ao Wellbeing Awards 2024?
TS – Sim, estamos observando um aumento no foco em saúde mental e flexibilidade no local de trabalho. Muitas empresas estão adotando abordagens mais holísticas que incluem suporte psicológico e programas de mindfulness, além de promoverem ambientes de trabalho mais flexíveis e inclusivos.
HN – Quais são os benefícios de se ter um comité dedicado aos programas de saúde e bem-estar, e o que explica que em 2023 apenas 17% das empresas possuíssem um?
TS – Ter um comité dedicado aos programas de saúde e bem-estar dentro de uma organização oferece inúmeros benefícios e é sem dúvida um indicador de qualidade dos programas de Bem-Estar. Este comité composto por diversos elementos da organização permite uma abordagem mais abrangente e inclusiva para o bem-estar, garantindo que as iniciativas estejam alinhadas com as necessidades de diferentes departamentos e níveis hierárquicos, promovendo uma cultura de bem-estar transversal a toda a organização.
Além disso, um comité pode atuar como um catalisador para a mudança de cultura, aumentando a consciencialização e o envolvimento dos colaboradores em relação às práticas de bem-estar. Com representantes de diferentes áreas, o comité pode identificar de forma mais eficaz os desafios específicos enfrentados pelos colaboradores e desenvolver soluções personalizadas que atendam a essas necessidades.
A grande explicação para que ainda exista uma pequena percentagem de empresas com este comité pode ser atribuído a uma perceção de que o bem-estar não é uma prioridade estratégica ou à falta de recursos dedicados. Muitas empresas ainda estão no processo de reconhecer o valor estratégico do bem-estar como um fator essencial para a produtividade e a retenção de talentos. No entanto à medida que o impacto positivo do bem-estar no local de trabalho se torna mais evidente, esperamos que mais organizações estabeleçam comités para gerir e expandir suas iniciativas de saúde e bem-estar.
HN – Como vê o futuro dos Wellbeing Awards e qual o impacto que eles podem ter no ambiente de trabalho a longo prazo?
TS – Somos otimistas por natureza! Estamos convictos que os Wellbeing Awards têm o potencial de se tornar uma plataforma de referência onde as boas práticas em bem-estar corporativo são não apenas reconhecidas, mas também amplamente compartilhadas.
A nossa visão é que os prémios evoluam para uma comunidade de aprendizagem e troca de conhecimento.
Ao incorporarmos a partilha de conhecimento, estudos de caso, os Wellbeing Awards podem servir como um benchmark valioso para outras organizações, inspirando-as a adotar e adaptar práticas comprovadas de bem-estar. Isto não só eleva o padrão geral de bem-estar no local de trabalho, mas também fomenta um ambiente colaborativo onde as empresas podem aprender umas com as outras.
A longo prazo, esperamos que os Wellbeing Awards ajudem a consolidar a importância do bem-estar como um componente essencial da cultura organizacional, influenciando positivamente o ambiente de trabalho, promovendo uma cultura de saúde e bem-estar que beneficia tanto os colaboradores quanto as organizações.
HN – Que mudanças ou melhorias gostaria de ver nas práticas de saúde e bem-estar corporativo nos próximos anos?
TS – Nos próximos anos, gostaria de continuar a observar a evolução nas práticas de saúde e bem-estar corporativo, começando com a capacitação das lideranças. É crucial que os líderes sejam equipados com o conhecimento e as ferramentas necessárias para promover e integrar o bem-estar em todos os níveis da organização. Líderes capacitados podem inspirar e motivar suas equipes a adotar hábitos saudáveis e participar ativamente dos programas de bem-estar.
Além disso, é essencial desenvolver uma cultura genuína de bem-estar que vá além de iniciativas isoladas. Isso significa criar um ambiente onde o bem-estar seja uma prioridade central, refletido nas políticas, práticas e valores da organização.

Entrevista Miguel Mauritti

 

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