Médicos alertam para importância do diagnóstico e tratamento precoce da Colangite Biliar Primária

30 de Agosto 2024

No Dia Internacional da Consciencialização para a Colangite Biliar Primária, assinalado a 8 de setembro, a Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) vai promover uma campanha de sensibilização para esta doença crónica e silenciosa, que afeta principalmente mulheres entre os 40 e os 60 anos.

Sob o lema “Eu suporto a Colangite Biliar Primária”, a iniciativa decorre nas redes sociais da associação, com o objetivo de alertar para a importância do diagnóstico e tratamento atempado desta doença, que, se não for tratada precocemente, pode evoluir para doença hepática terminal.

Arsénio Santos, presidente da APEF, esclarece que “a Colangite Biliar Primária é uma doença crónica, cuja causa ainda permanece desconhecida. Em Portugal, estima-se que existam cerca de 2 mil casos de Colangite Biliar Primária, o que a torna uma doença rara e pouco conhecida, atingindo maioritariamente as pessoas do sexo feminino, mais precisamente, nove mulheres por cada homem e pessoas com membros da família afetados.”

A CBP pode não apresentar sintomas durante longos períodos, mas quando se manifestam, os mais frequentes são a fadiga e a comichão na pele (prurido). Outras manifestações menos comuns incluem dor abdominal, escurecimento da pele, manchas amarelas ou brancas sob a pele ou ao redor dos olhos (xantomas e xantelasmas), secura na boca e nos olhos, e dores nos ossos, músculos e articulações.

Apesar de não ter cura, a CBP tem tratamento se for detetada atempadamente. “É primordial que as pessoas saibam que o diagnóstico da doença pode ser feito precocemente através de exames de sangue, identificando alterações nas análises hepáticas, especialmente da fosfatase alcalina. Felizmente, o tratamento adequado previne, na maioria dos casos, a sua complicação mais grave: a progressão para cirrose hepática”, realça Arsénio Santos.

A CBP é uma condição autoimune, caracterizada por uma inflamação nas ramificações intra-hepáticas das vias biliares, que leva progressivamente à criação de cicatrizes no fígado (fibrose). Com a progressão da doença, podem surgir sintomas associados à cirrose, como icterícia, acumulação de líquido no abdómen (ascite) e sangramento interno na parte superior do estômago e do esófago (varizes). A osteoporose é outra das complicações da CBP, e as pessoas com cirrose apresentam risco aumentado de cancro do fígado (carcinoma hepatocelular).

NR/PR/HN

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