A Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM) manifestou hoje a sua preocupação com os consecutivos encerramentos de urgências ginecológicas, obstétricas e pediátricas em várias regiões do país, afirmando que esta situação coloca em risco a segurança e o bem-estar de mulheres e crianças.
Num comunicado, a ONG considerou a indisponibilidade destes serviços especializados como “um retrocesso inaceitável na garantia de direitos fundamentais”, nomeadamente o direito à saúde sexual e reprodutiva e à saúde pediátrica. A PpDM afirmou que os encerramentos revelam uma gestão deficiente dos recursos e uma falta de planeamento estratégico para responder às necessidades específicas das mulheres e das crianças no SNS.
As paralisações obrigam as mulheres grávidas e familiares a percorrer longas distâncias para obter cuidados ginecológicos urgentes, interrupções voluntárias da gravidez e exames de diagnóstico, aumentando o risco de complicações graves que poderiam ser evitadas com uma resposta médica atempada e adequada, alertou a ONG.
A situação irá agravar ainda mais as desigualdades no acesso à saúde, prejudicando particularmente as mulheres e as famílias em maior situação de vulnerabilidade socioeconómica, para as quais as longas distâncias representam também um esforço financeiro, referiu a plataforma.
A PpDM descreveu os encerramentos como “uma forma de violência institucional contra as mulheres” e sublinhou a incoerência com as reiteradas manifestações públicas de preocupação com a depressão demográfica que o país enfrenta.
A ONG exigiu ao Governo e às autoridades de saúde uma resposta imediata e eficaz para a reabertura e manutenção das urgências, através da contratação urgente de profissionais e do investimento adequado no reforço da capacidade de resposta do SNS.
NR/HN/Lusa
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