A investigação, liderada por Wenli Ni, da Universidade de Harvard, analisou dados de 120.380 indivíduos na Suécia entre 2005 e 2019. Os resultados mostram que a exposição a temperaturas mais baixas e a períodos de frio intenso está associada a um maior risco de internamento por enfarte do miocárdio, principalmente dois a seis dias após a exposição.
O estudo revelou também um efeito protetor temporário nos primeiros dias de exposição ao frio, possivelmente devido a alterações comportamentais como permanecer em ambientes fechados. No entanto, este efeito não é sustentável e pode explicar o atraso nas hospitalizações.
O editor-chefe da JACC, Harlan M. Krumholz, sublinhou a importância destes resultados, destacando a necessidade urgente de intervenções direcionadas para proteger populações vulneráveis durante e, especialmente, após períodos de stress térmico.
Os investigadores definiram períodos de frio intenso como pelo menos dois dias consecutivos com temperatura média diária abaixo do 10º percentil das temperaturas registadas durante o período do estudo.
Estes resultados são particularmente relevantes no contexto das alterações climáticas, que podem contribuir para fenómenos meteorológicos extremos, incluindo períodos de frio intenso em algumas regiões. Os autores do estudo enfatizam a importância de compreender melhor os efeitos fisiológicos do frio no sistema cardiovascular e de desenvolver estratégias de prevenção adequadas.
Bibliografia: Short-Term Effects of Lower Air Temperature and Cold Spells on Myocardial Infarction Hospitalizations in Sweden: Wenli Ni, PHD, Massimo Stafoggia, PHD, Siqi Zhang, PHD, Petter Ljungman, MD, PHD, Susanne Breitner, PHD, Jeroen de Bont, PHD, Tomas Jernberg, MD, PHD, Dan Atar, MD, PHD, Stefan Agewall, MD, PHD, Alexandra Schneider, PHD
https://doi.org/10.1016/j.jacc.2024.07.006
Journal of the American College of Cardiology
NR/PR/HN
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