Numa nota de imprensa, a FAC referiu que na terça-feira atingiu “mil cirurgias às cataratas no Interior de Portugal”, no âmbito do projeto “Dar Visão ao Interior”, marcando “um importante avanço na prestação de cuidados oftalmológicos a populações carenciadas”.
“Esta iniciativa visa suprir carências assistenciais do Serviço Nacional de Saúde na especialidade de oftalmologia, reduzindo significativamente o tempo de espera para a primeira consulta (que pode chegar a vários anos) e para cirurgias a cataratas”, explicou a mesma nota.
Segundo esta entidade, “a FAC estabeleceu parcerias com nove câmaras municipais das beiras, dividindo os custos das operações e garantindo atendimento gratuito aos munícipes”.
“Pessoas e instituições, como Claude and Sofia Marion Foundation, contribuem para o suporte financeiro desta causa solidária”, adiantou, destacando que “os doentes são selecionados com base em critérios clínicos e sociais rigorosos”. A Clínica Oftalmológica da Beira Interior, em Castelo Branco, é a parceira técnica.
À agência Lusa, o presidente da FAC, o médico Álvaro Carvalho, afirmou hoje que os utentes que beneficiaram desta iniciativa distribuem-se pelos municípios de Figueira de Castelo Rodrigo (172), Almeida (207), Idanha-a-Nova (135), Mêda (85), Penamacor (160), Pinhel (86), Proença-a-Nova (70), Sabugal (48) e Sertã (8), nos distritos da Guarda e Castelo Branco. Houve ainda um total de 14 doentes provenientes de outros locais daqueles distritos.
Segundo Álvaro Carvalho, há uma “reduzida percentagem, de 15 ou 20 doentes no total a Fundação acabou por suportar os custos”, por razões sociais ou clínicas.
“O nosso protocolo é que há um pagamento em partes iguais, a Fundação paga 50 por cento da intervenção cirúrgica e a câmara paga 50 por cento. E a câmara assegura o transporte dos doentes até ao local das intervenções cirúrgicas”, adiantou este responsável, explicando que o preço base da cirurgia é de 1.100 euros.
O presidente da Fundação esclareceu que no próximo mês também a Câmara de Mação vai aderir a este projeto.
O médico, natural de Figueira de Castelo Rodrigo e que foi diretor clínico e depois presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta, em Almada (Setúbal), esclareceu que no âmbito do relacionamento com as autarquias é promovida também a deslocação de especialistas, no que designa de jornada assistencial.
“Em Figueira de Castelo Rodrigo, que é o meu concelho, já levei numa jornada assistencial 36 médicos de 23 especialidades, a fazer consultas gratuitas”, exemplificou.
De acordo com a nota de imprensa, além das jornadas assistenciais em diversas especialidades médicas, através das quais oferece “centenas de consultas gratuitas”, a FAC também “investe na formação de profissionais de saúde, com foco especial em cuidadores de lares” de idosos.
“A Fundação Álvaro Carvalho é uma organização dedicada à prestação de cuidados médicos a setores populacionais carenciados do Interior rural de Portugal” que, “através de parcerias estratégicas e iniciativas inovadoras”, trabalha “para preencher lacunas assistenciais e melhorar o acesso a serviços de saúde essenciais”.
NR/HN/Lusa
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