Para o especialista, “os cuidados intensivos são uma especialidade médica que visa proporcionar aos doentes críticos o suporte necessário para a reversão da sua situação clínica. O objetivo principal não é apenas manter a vida, mas sim devolver à sociedade um cidadão com qualidade de vida”.
“Os cuidados intensivos não são um “cemitério” onde os pacientes são encaminhados para morrer. A premissa base para a admissão de um doente em cuidados intensivos é a crença dos intensivistas de que há uma potencial reversibilidade do quadro clínico. Caso o médico considere que o indivíduo não tem reversibilidade, este não é admitido, a não ser que seja um potencial dador de órgãos, o que também é uma nobre função dos intensivistas”, prosseguiu, para logo insistir: “O propósito dos cuidados intensivos é, através da intervenção técnica, devolver à sociedade um cidadão com qualidade de vida, apto a exercer as suas atividades como antes. Não se trata apenas de manter a vida, mas de possibilitar que o paciente recupere e tenha uma vida plena após a alta”.
Antero Fernandes destacou “a felicidade e o orgulho que os intensivistas sentem quando conseguem reverter o quadro de um paciente que estava em situação crítica e, meses depois, o veem recuperado, mesmo que este não se lembre da equipe médica devido ao estado de coma induzido em que se encontrava”.
“É nessa fase da vida”, explica Antero Fernandes, que o médico se sente verdadeiramente importante, não pelos títulos que possui, mas por ter sido capaz, com a sua intervenção e treinamento, de devolver qualidade de vida a alguém. Esse é o propósito central dos cuidados intensivos: pugnar pela qualidade de vida dos pacientes.
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