Onda de calor e incêndios: SPP alerta para riscos respiratórios e emite recomendações

17 de Setembro 2024

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) emitiu hoje um comunicado urgente com recomendações cruciais para a população portuguesa, face à atual onda de calor que assola o país e ao aumento do risco de incêndios.

O alerta, divulgado pela Comissão de Trabalho de Doenças Ocupacionais e do Ambiente da SPP, visa minimizar os riscos de complicações respiratórias, com especial ênfase para as pessoas que sofrem de patologias crónicas.

Os especialistas da SPP sublinham que a exposição prolongada a temperaturas elevadas não só é prejudicial à saúde em geral, mas também pode desencadear ou agravar doenças respiratórias. “Constatamos frequentemente a agudização de doenças respiratórias crónicas neste período, bem como o surgimento de doenças agudas, como as broncopneumonias, que contrariamente à crença popular, não ocorrem apenas no inverno”, afirmou um porta-voz da SPP.

Diversos estudos científicos corroboram estas preocupações, demonstrando um aumento significativo da mortalidade nos dias de calor excessivo, principalmente devido a doenças respiratórias e cardiovasculares. Em ambientes urbanos, a combinação de temperaturas elevadas com a poluição automóvel resulta na produção de grandes quantidades de ozono, contribuindo para a descompensação das doenças respiratórias crónicas. Nas zonas rurais, o perigo advém principalmente dos incêndios, que libertam quantidades massivas de poluentes, deteriorando gravemente a qualidade do ar e impactando a saúde das populações expostas.

Face a estes riscos, a SPP divulgou um conjunto abrangente de recomendações, divididas em duas categorias principais: medidas a adotar durante os incêndios e precauções para os dias de temperaturas elevadas.

Para situações de incêndio, a SPP aconselha:

  1. Proteger boca e nariz com máscara ou lenços húmidos.
  2. Permanecer no interior das habitações, mantendo portas e janelas fechadas.
  3. Utilizar sistemas de purificação de ar ou ar condicionado em modo de recirculação.
  4. Ao sair à rua em zonas com fumo, usar um pano molhado para cobrir nariz e boca.
  5. Procurar abrigo alternativo se a temperatura em casa for excessiva e não houver ar condicionado.
  6. Evitar fontes adicionais de poluição dentro de casa, como fumo de cigarro ou aparelhos a gás.
  7. Em deslocações de carro, manter janelas fechadas e usar ar condicionado em recirculação.
  8. Manter a calma e respirar devagar em atmosferas com fumo.
  9. Ter sempre à mão medicação de emergência e usá-la se necessário.
  10. Pessoas com doenças graves devem evitar participar no combate aos incêndios.

Para os dias de temperaturas elevadas, as recomendações incluem:

  1. Evitar a exposição ao sol, especialmente entre as 11h e as 17h.
  2. Usar roupas frescas, largas e de cores claras, preferencialmente de tecidos naturais.
  3. Manter uma hidratação adequada, bebendo água ou sumos naturais, mesmo sem sede.
    Praticar atividade física com moderação e em horários mais frescos.

Estar atento a sintomas de agravamento de doenças crónicas e seguir rigorosamente as orientações médicas

.A SPP enfatiza que estas medidas são particularmente importantes para grupos de risco, como idosos, crianças e pessoas com doenças crónicas. “A prevenção e a atenção aos sintomas são fundamentais neste período. Não hesitem em procurar ajuda médica se notarem qualquer agravamento do seu estado de saúde”, concluiu o porta-voz da SPP.

Esta iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia surge como uma resposta proativa às condições climáticas extremas que Portugal enfrenta, reforçando a importância da informação e da prevenção na proteção da saúde respiratória da população.

PR/HN

 

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