Iraque envia dois aviões com assistência médica para o Líbano

21 de Setembro 2024

Dois aviões com assistência médica descolaram hoje de Bagdade para o Líbano para atender às “necessidades dos hospitais de Beirute”, saturados com milhares de pessoas feridas pelas explosões de ‘pagers’ e ‘walkie-talkies desta semana, indicou o Governo iraquiano.

Os hospitais libaneses debatem-se também com o elevado número de feridos resultantes do bombardeamento de sexta-feira contra um edifício residencial nos arredores da capital libanesa.

“Hoje de manhã, dois aviões de ajuda médica organizados pela Multidão Popular e pelo Crescente Vermelho Iraquiano partiram para atender às necessidades dos hospitais libaneses devido às repetidas agressões sionistas”, refere um comunicado do gabinete de comunicação social do primeiro-ministro iraquiano Mohamed al-Sudani.

As novas remessas de cuidados de saúde incluem materiais para tratar lesões oculares, mutilações, queimaduras e feridas estomacais, bem como outros dispositivos para salas de cirurgia, emergências e cuidados intensivos.

Este novo carregamento foi preparado pelo Crescente Vermelho Iraquiano e pela Multidão Popular, um grupo de milícias pró-governo integrado de facto nas Forças Armadas Iraquianas, criado em 2014 para enfrentar o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e que atua como autoridade competente em várias áreas predominantemente xiitas do Iraque.

Este é o segundo carregamento de ajuda médica que o Iraque envia esta semana para o Líbano para tratar os mais de 2.400 feridos provocados pelos ataques israelitas de sexta-feira a Dahye, um subúrbio ao sul de Beirute e reduto do grupo xiita Hezbollah, e pelas explosões, atribuídas a Israel, de ‘pagers’ e de ‘walkie-talkies’ que ocorreram na terça e quarta-feira em diferentes partes do país.

O Ministério da Saúde Pública libanês estimou inicialmente o número de feridos em cerca de 2.800 porque as autoridades contaram duas vezes algumas das vítimas depois de terem sido transferidas para segundos hospitais, embora posteriormente tenha reduzido o número de pessoas afetadas.

Hoje de manhã, o ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, anunciou que desde terça-feira foram realizadas mais de 2.000 cirurgias, principalmente para tratar lesões nas mãos e no rosto, e um total de 70 mortes nestes três ataques, dos quais pelo menos 16 são membros do Hezbollah, segundo o grupo xiita.

O Iraque enviou um primeiro carregamento de ajuda médica na terça-feira passada, quando a Jordânia também ofereceu assistência sanitária ao Líbano e o Egito anunciou a vontade de oferecer “qualquer apoio possível”.

LUSA/HN

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