Um artigo publicado na revista Acta Médica Portuguesa (AMP) revela que a pegada carbónica dos inaladores pressurizados tradicionais (pMDI) prescritos em Portugal foi estimada em 30.236 toneladas de dióxido de carbono, o equivalente a cerca de 0,84% das emissões totais do setor da saúde no país e a aproximadamente 95% do total de emissões dos inaladores.
Face a estes resultados, o Conselho Português para a Saúde e Ambiente, em colaboração com cinco sociedades médicas e uma associação de doentes, formulou dez recomendações para reduzir a pegada ambiental dos inaladores. Entre as principais recomendações estão a prescrição de inaladores de pó seco (DPI) em vez de pMDI sempre que possível, a introdução de alertas sobre a pegada ecológica específica de cada inalador nas plataformas de prescrição e a implementação de estratégias para incentivar a devolução dos dispositivos usados nas farmácias.
Um inquérito realizado a 348 médicos das especialidades envolvidas revelou que apenas cerca de metade tem conhecimento do impacto ambiental dos inaladores e mais de 70% não consideram aspetos ambientais ao prescreverem estes dispositivos.
O artigo, cujo primeiro autor é o médico internista Luís Campos, presidente do Conselho Português para Saúde e Ambiente, é um documento de consenso elaborado em colaboração com várias sociedades médicas e uma associação de doentes. No mesmo número da AMP, Luís Campos apela a um maior envolvimento dos profissionais de saúde na luta contra as alterações climáticas e a degradação ambiental, tendo já dinamizado apelos semelhantes a nível europeu e ibero-americano.
PR/NR/HN
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