“Não obstante a estratégia implementada e as medidas que vêm sendo desenvolvidas, a maior acumulação de água nas vias públicas” agrava o “risco de multiplicação de mosquitos”, justifica o executivo.
Numa altura em que o país soma mais de 5.500 casos acumulados de dengue e duas mortes, desde novembro de 2023, “entende o Governo ser necessário elevar o estado de alerta de proteção civil e, nesse sentido, declarar a situação de contingência em todo o território nacional”.
A declaração permite reforçar “o quadro de medidas preventivas ou especiais de reação, destinadas a prevenir riscos coletivos e a repor a normalidade das condições de vida da população”.
As medidas incluem um reforço da equipa especial de proteção civil “com a missão de apoiar as estruturas de saúde no reforço das ações de resposta”, ativação dos planos de emergência e proteção civil em todas as ilhas e ativação do Fundo Nacional de Emergência, com vista ao financiamento das ações de prevenção, caso das pulverizações contra mosquitos.
No final de agosto, o Governo cabo-verdiano já tinha declarado situação de alerta nas ilhas de Santiago, Fogo e Brava (adjacente à ilha do Fogo).
As autoridades têm apostado em ações de desinfestação dentro dos domicílios e na limpeza de bairros, para eliminar lixo e águas paradas, focos de mosquitos que espalham a doença.
O presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, Domingos Tavares, disse à Lusa que “há uma certa resistência da população em colaborar com o Ministério da Saúde e é nesse sentido que a sensibilização será o fator chave”.
O surto mais grave de dengue em Cabo Verde foi registado em 2009, com 21.000 casos e seis óbitos, todos na ilha de Santiago.
A dengue é uma doença curável, mas que requer atenção médica.
Febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, a par de inflamações na pele, fazem parte dos sintomas da infeção que, nos casos mais graves, pode evoluir para dengue hemorrágica e, no limite, causar a morte.
NR/HN/Lusa
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