No âmbito do Dia Mundial da Menopausa, assinalado a 18 de outubro, a Associação MOG – Movimento Oncológico Ginecológico lança um alerta importante sobre o cancro do endométrio, o cancro ginecológico mais frequente em Portugal. Esta doença afeta principalmente mulheres com mais de 50 anos e no período pós-menopausa, sendo crucial o conhecimento dos fatores de risco e sinais de alerta para um diagnóstico precoce e um prognóstico mais favorável.
Em Portugal, são diagnosticados anualmente cerca de 1200 casos de cancro do endométrio, dos quais 360 resultam em óbito. A nível global, em 2022, foram registados mais de 420 mil novos casos e quase 98 mil mortes, com uma tendência preocupante de aumento tanto na incidência como na mortalidade.
Cláudia Fraga, presidente da MOG, enfatiza a importância da consciencialização e educação sobre os cancros ginecológicos, particularmente o do endométrio. Ela destaca que o aumento de vários fatores de risco na população torna essencial que as mulheres estejam informadas sobre os principais sinais e sintomas, permitindo-lhes procurar aconselhamento especializado rapidamente.
Entre os sintomas a que se deve estar atento, destacam-se o sangramento vaginal anormal, alterações no período menstrual e dor pélvica. O cancro do endométrio afeta o tecido que reveste o interior do útero e, embora a idade seja um dos principais fatores de risco, pode também desenvolver-se em mulheres jovens.
Outros fatores de risco incluem obesidade, diabetes, tratamento dos sintomas da menopausa, síndrome do ovário poliquístico, primeira menstruação precoce, menopausa tardia, tratamentos hormonais para o cancro da mama, nuliparidade (nunca ter estado grávida) e síndrome de Lynch. Muitos destes fatores são frequentemente subestimados.
O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as hipóteses de cura. No entanto, o tratamento pode ter impactos significativos tanto a nível físico como psicológico na mulher. Para ajudar as pacientes a lidar com estes desafios, são recomendadas estratégias como a utilização de materiais educativos e a participação em grupos de apoio ou associações de doentes.
Cláudia Fraga salienta que esta doença apresenta desafios que afetam não apenas o quotidiano das doentes, mas também a sua autoestima. Por isso, o apoio é considerado um fator determinante para o sucesso do tratamento.
A MOG aproveita o Dia Mundial da Menopausa para reforçar a importância da vigilância e do conhecimento sobre o cancro do endométrio. A associação incentiva todas as mulheres, especialmente aquelas no período pós-menopausa ou com fatores de risco, a estarem atentas aos sinais do seu corpo e a procurarem aconselhamento médico regular.
Este alerta da MOG serve como um lembrete vital da necessidade de maior consciencialização, prevenção e diagnóstico precoce do cancro do endométrio, uma doença que, apesar de ser o cancro ginecológico mais comum em Portugal, ainda é frequentemente subdiagnosticada. A educação contínua e a vigilância são fundamentais para reverter a tendência de aumento da mortalidade e melhorar os resultados para as mulheres afetadas por esta doença.
PR/HN/MMM
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