As cidades estão intimamente relacionadas com a Saúde Pública. Desde as primeiras cidades sumérias, até à megalópoles da atualidade, os aglomerados urbanos concentram um perigoso “cocktail” de fatores de risco em saúde: contiguidade, impacte ambiental e tensões psicossociais. Em síntese, muita gente convivendo em pouco espaço gera doença e mal-estar social.
A Saúde Urbana pode ser definida como o ramo da Saúde Pública que, intervindo de forma organizada sobre os determinantes de saúde e bem-estar, visa proteger e promover a saúde das populações urbanas.
Desde 2007 que mais de metade da população mundial reside em aglomerados urbanos (“transição urbana”). A um nível global, a população urbana corresponde, presentemente, a quase 60% da população total; em Portugal, esse valor é de quase 70%.
Além da litoralização demográfica – e consequente desertificação do interior – as duas áreas metropolitanas portuguesas (Lisboa e Porto) concentram 45% da população e mais de metade da riqueza nacional. Este tropismo bicefálico leva a uma pressão urbanística e social nestas áreas, gerando tensões e levando à criação de verdadeiros ghettos urbanos (“no-go zones”).
Os recentes tumultos na área metropolitana de Lisboa são a prova de um modelo de desenvolvimento nacional falido, porque terceiro-mundista. Se, a curto prazo e do ponto de vista político, concentrar metade da população em dois polos permite mais facilmente evidenciar resultados (além de corresponder a metade dos votos…), a médio e longo prazo configura uma “panela de pressão”.
Basta uma fagulha para iniciar um incêndio incontrolável. O acontecimento policial da Grande Lisboa, independentemente da sua infelicidade, mais não foi do que o fator precipitante de uma onda de contestação que tem uma “causa das causas” social.
Saúda-se, portanto, a iniciativa do Governo em alocar 40% do financiamento do programa “Portugal 2030” aos territórios de baixa densidade. Resta saber se a tradicional impaciência eleitoralista dos políticos permitirá consolidar este rumo, estratégico a um desenvolvimento nacional sustentável e equitativo.
Reportados 35 internamentos de crianças até aos 2 anos por Vírus Sincicial
Os hospitais reportaram desde o final de setembro 35 casos de internamento de crianças até aos 2 anos pelo Vírus Sincicial Respiratório, uma infeção que tem registado uma tendência crescente nas últimas semanas, segundo o Instituto Ricardo Jorge.
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