A Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular, Dor Orofacial e Sono (SPDOF) inicia uma nova etapa ao celebrar o seu 10º aniversário com uma mudança na liderança. André Mariz de Almeida, docente da Egas Moniz School of Health and Science, assume a presidência após o término do mandato de Júlio Fonseca, que deixa um legado de fortalecimento e reconhecimento internacional da instituição.
A mudança ocorre num momento crucial para a saúde pública em Portugal, onde os dados revelam que entre 10% a 15% dos adultos e 4% a 7% dos adolescentes sofrem de disfunção temporomandibular (DTM). Estes números, considerados subdimensionados, aproximam-se das estatísticas globais, com alguns países registando até 20% de prevalência na população adulta.
A problemática estende-se também aos distúrbios do sono, com estimativas apontando que entre 30% a 50% dos adultos enfrentam condições como apneia obstrutiva ou bruxismo, frequentemente associadas a DTM e dor orofacial. A nível mundial, cerca de um bilião de pessoas são afetadas pela apneia obstrutiva do sono, números que justificam a crescente preocupação da sociedade científica.
O novo presidente estabeleceu objetivos ambiciosos para os próximos três anos, focando-se no fortalecimento da cooperação entre as diversas sociedades científicas que compõem a SPDOF. A estratégia visa promover o intercâmbio de conhecimento entre diferentes especialidades e aproximar a sociedade da população, com especial ênfase na sensibilização para sinais e sintomas de condições como DTM, medicina do sono e bruxismo.
A literacia em saúde assume um papel central no novo programa, com foco na educação tanto do público em geral como dos profissionais de saúde. A nova direção reconhece o impacto direto destas condições na produtividade, saúde mental e qualidade de vida dos pacientes, estabelecendo como meta prioritária capacitar a sociedade civil para a autogestão da disfunção temporomandibular e da dor orofacial.
A SPDOF, sob a nova liderança composta por especialistas de várias áreas, reafirma seu compromisso com a investigação e o tratamento destas condições que afetam milhões de pessoas em Portugal e globalmente. André Mariz de Almeida enfatiza ainda a importância da cooperação entre sociedades científicas, faculdades e ordens profissionais para fortalecer a investigação e impulsionar o avanço da ciência.
Esta transição marca não apenas uma mudança de liderança, mas também um momento de renovação do compromisso da SPDOF com a excelência científica e o bem-estar da população. A sociedade pretende continuar a consolidar-se como uma entidade de referência no estudo e na promoção da saúde nas áreas da disfunção temporomandibular, dor orofacial e distúrbios do sono, mantendo uma abordagem multidisciplinar e focada no paciente.
PR/HN/MMM
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