A GSK anunciou um investimento de 60 milhões de euros numa colaboração estratégica com a Universidade de Cambridge e os seus hospitais universitários, num projeto ambicioso que se estenderá pelos próximos cinco anos. A iniciativa, denominada Cambridge-GSK Translational Immunology Collaboration (CG-TIC), visa acelerar a investigação e desenvolvimento de tratamentos para doenças imunológicas, com especial enfoque nas áreas renal e respiratória.
Esta parceria surge num momento crucial, considerando que as doenças renais afetam cerca de 850 milhões de pessoas globalmente, representando aproximadamente 10% da população mundial. Paralelamente, as doenças respiratórias crónicas atingem cerca de 545 milhões de indivíduos, números que evidenciam a dimensão do desafio em questão.
O projeto distingue-se pela sua abordagem translacional inovadora, que combina a utilização de Inteligência Artificial (IA) e aprendizagem automática (Machine Learning) com uma perspetiva centrada no doente. Esta metodologia visa principalmente desenvolver terapêuticas mais precisas e eficazes para doenças de difícil tratamento que afetam os rins e os pulmões.
A colaboração beneficiará do ambiente único proporcionado pelo Campus Biomédico de Cambridge, onde convergem academia, indústria e cuidados de saúde. O Hospital Royal Papworth, principal centro hospitalar cardíaco e pulmonar do Reino Unido, será um parceiro fundamental nesta iniciativa, que conta ainda com o apoio do Centro de Investigação Biomédica de Cambridge.
A liderança do projeto será partilhada entre Nicolas Wisniacki, Vice-Presidente e Diretor de Investigação Clínica da GSK, e David Thomas, Professor de Medicina Renal e investigador principal no Cambridge Institute for Therapeutic Immunology and Infectious Diseases.
Um dos aspectos mais relevantes desta parceria é a sua capacidade de conjugar os conhecimentos especializados de Cambridge com as capacidades internas da GSK, particularmente no que respeita à compreensão do sistema imunitário e à utilização da IA para acelerar o desenvolvimento de medicamentos.
O projeto representa também um importante impulso para o setor das ciências da vida do Reino Unido, reforçando a posição do país como líder em inovação na área da saúde. A localização estratégica da Universidade de Cambridge, no centro do principal polo de ciências da Europa, permite uma singular convergência entre investigação de excelência, recursos clínicos do National Health Service e o dinamismo do setor empresarial das biociências.
Esta iniciativa surge como resposta à necessidade de encontrar alternativas mais eficazes aos tratamentos atuais para doença renal crónica, como a diálise ou o transplante, que frequentemente têm um impacto significativo na qualidade de vida dos doentes. A colaboração pretende não só desenvolver novos tratamentos, mas também melhorar a compreensão dos mecanismos de aparecimento e progressão das doenças, assim como otimizar a resposta dos doentes às terapêuticas através do desenvolvimento de biomarcadores translacionais.
O investimento representa um marco significativo na investigação biomédica e promete acelerar o desenvolvimento de soluções terapêuticas inovadoras para milhões de pessoas afetadas por doenças renais e respiratórias em todo o mundo.
PR/HN/MMM
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