O Ruanda está a reforçar as medidas de combate à Febre do Vale do Rift, após o surgimento de um novo surto da doença em meados de agosto, o segundo em dois anos. O ressurgimento da infeção junto à fronteira com a Tanzânia faz temer uma repetição do surto de 2022, que vitimou mais de 20 pessoas e centenas de animais.
As autoridades ruandesas lançaram uma campanha de vacinação do gado e intensificaram a vigilância nas áreas afetadas. Até 30 de setembro, foram identificados 28 casos positivos em gado, tendo sido vacinados 8.410 animais de um total previsto de 32.999 desde 7 de setembro.
A Febre do Vale do Rift é uma doença viral que afeta principalmente animais, mas pode infetar humanos através de picadas de mosquitos infetados ou pelo contacto com sangue e órgãos de animais contaminados. Em 2022, o primeiro grande surto no país resultou em 173 casos humanos e 22 mortes.
Um dos principais obstáculos ao controlo da doença é a ausência de testes de diagnóstico rápido. Atualmente, as autoridades utilizam testes PCR, que demoram até seis horas para fornecer resultados. Mais de 100 pessoas que tiveram contacto com animais infetados já foram testadas, sem casos positivos até ao momento.
Embora não exista ainda uma vacina licenciada para humanos, um candidato promissor, o ChAdOx1 RVF, entrou na fase II de ensaios clínicos no Quénia em outubro. A vacina, desenvolvida com a mesma tecnologia da vacina Oxford-AstraZeneca contra a COVID-19, apresentou resultados positivos nos testes iniciais realizados no Reino Unido.
As autoridades sanitárias ruandesas adotaram uma abordagem integrada de saúde única, que combina intervenções na saúde humana e animal. Os especialistas sublinham a necessidade de maior vigilância, investimento em investigação e desenvolvimento de capacidades em bioinformática para melhor compreender e rastrear o vírus.
NR/HM/Alphagalileo
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