A Sociedade Portuguesa de Anatomia Patológica (SPAP) chama a atenção para a importância do papel dos patologistas e alerta para uma escassez crescente destes profissionais em Portugal, a propósito do Dia Internacional da Anatomia Patológica, celebrado a 13 de novembro. Para ajudar a população e aumentar a literacia em saúde, a SPAP lança ainda a ferramenta “O Patologista Explica”, destinada a esclarecer dúvidas sobre exames e diagnósticos.
Os patologistas desempenham um papel fundamental no diagnóstico e tratamento de doenças, especialmente no caso do cancro. “Os patologistas são quem faz o diagnóstico, ou seja, são eles que definem as doenças”, explica Carla Bartosch, da SPAP. Além disso, os patologistas também intervêm na definição do tratamento, identificando marcadores tumorais que orientam a escolha terapêutica.
No entanto, Portugal enfrenta uma escassez significativa de patologistas. Atualmente, existem apenas 347 profissionais a nível nacional, e metade deles tem mais de 60 anos. “É fácil imaginar o que vai acontecer nos próximos anos se nada for feito”, alerta Carla Bartosch.
Para aumentar a literacia em saúde nesta área, a SPAP prepara-se para lançar o espaço “O Patologista Explica” no seu website, um formulário onde qualquer pessoa pode tirar dúvidas sobre exames e diagnósticos. O objetivo é promover uma aproximação da comunidade, fornecendo informações de caráter meramente informativo, sem substituir o médico assistente.
Os avanços tecnológicos, como a patologia digital, a aplicação de algoritmos e a Inteligência Artificial, estão a revolucionar a área. A digitalização das lâminas permite que os patologistas analisem exames remotamente e facilita a caracterização molecular precisa, contribuindo para a medicina personalizada, onde cada doente recebe um tratamento adaptado às suas características individuais.
A SPAP, fundada em 1963, é uma associação sem fins lucrativos que visa o aperfeiçoamento técnico-científico da especialidade de Anatomia Patológica e dos seus associados. A escassez de patologistas em Portugal representa um desafio emergente para a saúde pública, tornando crucial a valorização e o reconhecimento da importância destes profissionais.
PR/HN/MMM
0 Comments