O subtipo mais mortal de cancro do pulmão que Portugal ainda desconhece

18 de Novembro 2024

No Mês de Sensibilização para o Cancro do Pulmão, especialistas alertam para a necessidade urgente de maior consciencialização sobre o Cancro do Pulmão de Pequenas Células, subtipo agressivo da doença.

O Mês de Sensibilização para o Cancro do Pulmão traz à tona uma preocupação crescente na comunidade médica portuguesa: a falta de conhecimento sobre o Cancro do Pulmão de Pequenas Células (CPPC), um subtipo particularmente agressivo da doença que, apesar de mais raro, apresenta desafios significativos no seu tratamento e diagnóstico.

De acordo com a Dra. Bárbara Parente, da Direção Clínica do Instituto CUF Oncologia, o CPPC distingue-se pela sua elevada agressividade e forte associação ao tabagismo, sendo geralmente diagnosticado em estádios avançados. A especialista destaca que a população portuguesa ainda perceciona o cancro do pulmão de forma generalizada, não reconhecendo as particularidades deste subtipo específico.

Um estudo nacional conduzido para a PharmaMar revela dados preocupantes: 17% dos doentes com doença extensa não encontram opções de tratamento suficientes no mercado atual. Embora existam tratamentos que demonstram eficácia nas fases iniciais, a doença frequentemente apresenta recidivas, tornando-se mais resistente aos tratamentos subsequentes.

Atualmente, o tratamento principal para o CPPC baseia-se na quimioterapia, recentemente complementada com imunoterapia, especialmente em casos avançados. No entanto, a comunidade médica enfatiza a necessidade urgente de novas opções terapêuticas para melhorar a sobrevida dos pacientes.

A ausência de rastreios de base epidemiológica em Portugal surge como uma preocupação adicional, tornando ainda mais crucial a sensibilização para a deteção precoce, particularmente entre fumadores e ex-fumadores. O cancro do pulmão mantém-se como a principal causa de morte por cancro em Portugal, apresentando sintomas iniciais que podem ser facilmente confundidos com problemas respiratórios comuns, como tosse persistente, dor no peito, falta de ar, tosse com sangue, fadiga e perda de peso inexplicável.

A investigação em CPPC tem ganho impulso nos últimos anos, com diversos estudos clínicos em desenvolvimento em várias fases de tratamento. Esta renovada atenção da comunidade científica traz esperança para o futuro do tratamento desta doença, que até recentemente recebia menor atenção em termos de investigação.

Neste contexto, empresas como a PharmaMar destacam-se na busca por soluções inovadoras, desenvolvendo investigação em tratamentos oncológicos baseados em compostos marinhos, numa abordagem única que procura estabelecer uma ponte entre os recursos marinhos e as necessidades dos doentes oncológicos.

A consciencialização sobre o CPPC torna-se assim fundamental não apenas para promover o diagnóstico precoce, mas também para impulsionar a investigação e o desenvolvimento de novos tratamentos, visando melhorar o prognóstico dos pacientes afetados por esta forma particularmente agressiva de cancro do pulmão.

PR/HN/MMM

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