O primeiro Barómetro de Inovação Clínica, realizado pela consultora NTT DATA, revelou que o papel estratégico dos Centros de Investigação Clínica (CIC) em Portugal não é devidamente reconhecido pela sociedade, segundo 63% dos inquiridos. Este baixo reconhecimento pode estar relacionado com o reduzido investimento na promoção da literacia em saúde da população.
O estudo, que caracteriza a visão e os desafios enfrentados pelos CIC no campo da inovação, identificou as principais prioridades estratégicas destes centros: a Capacitação das Equipas (77%) e a Desmaterialização de Processos (71%). Estas áreas também concentram o maior investimento financeiro e não financeiro.
Quanto à autonomia, 68% dos CIC consideram ter elevada ou total autonomia na definição da estratégia e indicadores de desempenho. No entanto, 91% reportam autonomia reduzida na contratação de recursos humanos e atribuição de incentivos. Além disso, 83% dos inquiridos defendem que o tempo protegido para investigação é uma prioridade urgente, mas encontram obstáculos financeiros e operacionais.
O Barómetro também revelou um elevado nível de cooperação dos CIC com a Indústria Farmacêutica (83%), contrastando com uma reduzida colaboração com Associações de Doentes (86% consideram-na baixa).
No que diz respeito à transformação digital, 42% dos CIC avaliam seu nível de digitalização como elevado ou muito elevado, enquanto 29% o consideram baixo ou muito baixo. As principais prioridades tecnológicas incluem Plataformas de Gestão dos Processos de Ensaios Clínicos (68%) e Integração dos Sistemas a nível local (62%).
Patricia Calado, Head of Clinical Innovation da NTT DATA Portugal, destacou a importância do Barómetro para identificar oportunidades e desafios estruturais da atividade dos CIC, enfatizando o potencial desta indústria para o desenvolvimento económico e melhoria dos cuidados de saúde.
O Barómetro de Inovação Clínica baseou-se na consulta de 35 instituições, incluindo Unidades Locais de Saúde, IPOs e grupos privados de saúde, durante setembro e outubro de 2024. A análise focou-se em quatro dimensões-chave: Estratégia e Reconhecimento, Capacidade e Autonomia, Desenvolvimento de Carreiras e Transformação Digital.
Os resultados foram apresentados durante a atribuição dos Prémios Inovação em Saúde – Todos pela Sustentabilidade, uma iniciativa conjunta da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, da Sanofi e da NTT DATA, realizada na aula magna da FMUL.
PR/HN/MMM
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