Healthnews (HN) – O 67.º Congresso Português de Oftalmologia, que se inicia hoje, apresenta uma abordagem transversal, abrangendo todas as subespecialidades da Oftalmologia. Qual a importância desta mudança de formato e como ela pode beneficiar os participantes?
Joana Cardigos (JC) – Esta mudança de formato tem como finalidade a abrangência de temas que sejam transversais a toda a oftalmologia, ou seja, que tenha interesse para todos os oftalmologistas e não apenas a determinados grupos. Ao contrário, em edições passadas eram selecionados 2 a 3 temas, com risco de excluir o interesse a todos os colegas. É, por isso, vista por nós como uma mudança importante, que reflete um progresso na forma como desenvolvemos a nossa reunião anual e que esperamos que se mantenha e ajuste conforme o feedback dos sócios.
HN -Quais são os principais avanços e inovações nas diversas subespecialidades da Oftalmologia que serão discutidos durante o Congresso?
JC – O 67.º Congresso Português de Oftalmologia será marcado por uma ampla diversidade de temas, que abordarão o estado da arte e as perspetivas futuras em várias subespecialidades. Haverá espaço para a partilha e discussão de casos clínicos, explorando meios complementares de diagnóstico específicos para cada área, além de sessões dedicadas a “tips and tricks” em técnicas cirúrgicas, incluindo procedimentos de pálpebra e órbita, cirurgia refrativa e cirurgia de retina.
A prestigiada conferência Cunha-Vaz será conduzida pelo Prof. Anthony Khawaja, que abordará as implicações clínicas dos avanços genéticos no glaucoma.
Por fim, o congresso incluirá as habituais sessões de vídeos, comunicações livres e cursos submetidos pelos sócios e acreditados pela UEMS, refletindo as mais recentes investigações e práticas clínicas em Portugal.
HN – A distinção dos trabalhos científicos mais relevantes é uma tradição do Congresso. Como é feita a seleção destes trabalhos e qual o impacto desta iniciativa no estímulo à investigação e à melhoria da prática clínica?
JC – A escolha dos trabalhos vencedores dos prémios é realizada por um júri composto por cinco membros, incluindo o presidente do júri. A avaliação é feita com base na leitura dos manuscritos submetidos à revista da SPO, considerando critérios como a qualidade metodológica e a relevância clínica, entre outros
O impacto desta iniciativa no estímulo à investigação e melhoria da prática clínica é considerável e reflete-se em várias dimensões, como a promoção de investigação científica de qualidade, o reconhecimento e estímulo aos investigadores para que continuem a investigar ou produzir estudos clínicos, e à integração do conhecimento na prática clínica.
HN – Qual a importância do Congresso Português de Oftalmologia para o desenvolvimento da especialidade em Portugal e para a partilha de conhecimento entre os profissionais de saúde?
JC – O Congresso Português de Oftalmologia é um evento que consideramos importante para o desenvolvimento da especialidade em Portugal, promovendo atualização científica, partilha de conhecimento e fortalecimento da comunidade oftalmológica. Facilita a integração entre subespecialidades, estimula a investigação nacional e inspira novas gerações de profissionais. Além disso, oferece um espaço para a disseminação de boas práticas, colaboração interdisciplinar e educação médica.
HN – Considerando os desafios atuais na área da Oftalmologia, quais são as perspetivas futuras para a especialidade e como eventos como este Congresso podem contribuir para a melhoria contínua dos cuidados de saúde prestados aos pacientes?
JC – A Oftalmologia enfrenta desafios como o envelhecimento da população, avanços em inteligência artificial e genética, e a necessidade de práticas sustentáveis. O futuro aponta para diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados e maior demanda por cuidados oftalmológicos. Congressos como este promovem atualização científica, troca de experiências, capacitação profissional e fomento à investigação, contribuindo diretamente para a melhoria contínua dos cuidados de saúde, bem como para a preparação dos profissionais para os desafios emergentes.
Entrevista MMM
0 Comments