P-BIO reforça compromisso com as Doenças Raras através de um novo Position Paper

18 de Dezembro 2024

A Associação Portuguesa de Bioindústria (P-BIO) lançou um novo Documento de Posição dedicado às Doenças Raras, com uma atualização de princípios. Intitulado “Pelos doentes e pelo desenvolvimento económico de Portugal, a oportunidade existe”, o documento elaborado pelo Grupo de Trabalho das Doenças Raras (GTDR) reforça a importância de uma abordagem integrada e equitativa no tratamento das doenças raras em Portugal.

O novo posicionamento destaca a necessidade de acelerar a avaliação, a aprovação e a aquisição de Medicamentos Órfãos (MO) no país, promovendo o acesso universal e uma gestão mais eficiente destes tratamentos inovadores. O mesmo documento sublinha ainda a importância de reforçar a investigação clínica em Portugal, com o apoio do Governo, transformando o país num centro de referência para ensaios clínicos, especialmente nas doenças raras, que se estima que afetem cerca de 600 mil pessoas em Portugal.

“Acreditamos que a implementação destas medidas contribuirá para melhorar a qualidade de vida dos doentes, mas também para posicionar Portugal como líder no desenvolvimento científico e clínico na área das doenças raras”, destacou Joaquim Marques, Coordenador do Grupo de Trabalho das Doenças Raras da P-BIO.

Principais recomendações:

  • Acelerar a aprovação de medicamentos: reduzir os prazos administrativos e utilizar ferramentas de monitorização para garantir a equidade no acesso aos MO.
  • Centralizar a negociação e financiamento dos MO: uniformizar os processos de aquisição para eliminar disparidades regionais e assegurar maior equidade.
  • Reforçar condições para a realização de mais Ensaios Clínicos: fomentar ensaios clínicos como estratégia para promover o desenvolvimento científico e económico do país.
  • Aumentar a literacia em saúde: criar um repositório de informação sobre Doenças Raras e MO, promovendo uma sociedade mais informada e inclusiva.

O documento também reforça o papel das redes de referência europeias e a criação de centros nacionais especializados para a recolha de dados e partilha de conhecimento, crucial para o tratamento e acompanhamento destes doentes.

Mais uma vez, com este documento de posição, a P-BIO procura reafirmar o compromisso na promoção de políticas de saúde que respondam às necessidades específicas das pessoas com doenças raras, uma área frequentemente negligenciada, mas de extrema importância para a saúde pública.

Veja aqui o documento completo.

NR/PR/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

A má comunicação pode ser agressiva ao cidadão?

Cristina Vaz de Almeida: Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde; Doutora em Ciências da Comunicação — Literacia em Saúde. Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde. Diretora da pós-graduação em Literacia em Saúde. Membro do Standard Committee IHLA — International Health Literacy Association.

Crise de natalidade no Japão atinge o seu pico

O Japão registou, em 2024, a taxa de natalidade mais baixa de sempre, segundo estimativas governamentais e, no momento em que a geração “baby boom” faz 75 anos, o país confronta-se com o “Problema 2025”, segundo especialistas.

Cientistas detectam genótipos cancerígenos de HPV em esgotos urbanos

Cientistas uruguaios identificaram genótipos de HPV ligados ao cancro do colo do útero em águas residuais urbanas, sugerindo que a monitorização ambiental pode reforçar a vigilância e prevenção da doença em países com poucos dados epidemiológicos.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights