Um estudo inovador liderado pela Universidade de Bristol, publicado hoje na revista Proceedings of the Royal Society B, revela que o ato de acordar não provoca um aumento na libertação de cortisol, a hormona do stress. Esta descoberta contraria a crença há muito estabelecida sobre a existência de uma “resposta de cortisol ao acordar” (CAR).
A investigação, que envolveu 201 participantes saudáveis com idades entre os 18 e os 68 anos, utilizou um sistema de amostragem automatizado para medir os níveis de cortisol nos tecidos antes e depois do despertar. Os resultados demonstraram que não há evidências de uma mudança na taxa de aumento de cortisol na hora após o despertar em comparação com a hora anterior.
Os investigadores concluíram que qualquer alteração nos níveis de cortisol imediatamente após o despertar é mais provavelmente o final do ritmo diário desta hormona, que começa a aumentar nas primeiras horas da manhã e atinge o pico pouco depois da hora habitual de acordar.
O Professor Stafford Lightman, um dos principais autores do estudo, afirmou que esta investigação “abre um novo quadro para compreender a relação entre o aumento noturno de cortisol e o sono, e como isso pode ser perturbado em distúrbios do sono, depressão e muitas outras condições”.
Os resultados sugerem que é necessária cautela ao interpretar medições de cortisol obtidas apenas na hora após o despertar, dada a substancial variabilidade interindividual observada nas concentrações absolutas e na taxa de mudança.
Esta descoberta tem implicações significativas para a compreensão dos ritmos circadianos e sua relação com várias condições de saúde, incluindo distúrbios psicológicos, metabólicos, cardiovasculares e imunológicos.
Bibliografia: ‘Awakening not associated with an increased rate of cortisol secretion’ by Stafford L. Lightman, Samantha Klaas, Thomas J. Upton et al. in Proceedings of the Royal Society B [open access]; https://doi.org/10.1098/rspb.2024.1844
NR/HN
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