O diretor do serviço de Urgência da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra, Hugo Martins, demitiu-se do cargo, confirmou hoje à agência Lusa fonte oficial do hospital.
Segundo a mesma fonte, Hugo Martins demitiu-se do cargo por motivos pessoais, com efeitos a 01 de fevereiro.
“A ULS Amadora-Sintra está a procurar alternativas”, acrescentou.
A notícia da demissão do diretor do serviço de Urgência foi avançada pela RTP.
A Ordem dos Médicos (OM) alertou hoje que o Hospital Amadora-Sintra está a trabalhar “muito abaixo dos limites” de segurança clínica e pediu a intervenção imediata do Ministério da Saúde para garantir serviços adequados à população.
“Consideramos não ser adequado para a população manter uma urgência de cirurgia geral aberta ao exterior que não cumpra o recomendado, muito longe disso”, afirmou o bastonário da OM, Carlos Cortes, citado em comunicado.
Segundo Carlos Cortes, o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) tinha no fim de semana, “contra todas as recomendações técnicas”, uma escala com apenas três médicos, sendo um médico especialista e dois internos.
“Uma realidade que põe em risco a segurança clínica, mas que, lamentavelmente, acontecerá na maioria dos dias de fevereiro. Servindo o hospital uma área populacional de mais de meio milhão de habitantes, os protocolos do serviço de urgência definem como seis o número mínimo de médicos”, salientou Carlos Cortes.
Numa resposta à Lusa sobre esta situação, a ULS afirmou que “o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) tem, como é do domínio público, alguns períodos de contingência na escala da especialidade de Cirurgia Geral em contexto de Urgência, um constrangimento resultante da saída concertada de 10 cirurgiões”.
Para garantir a resposta à população, a ULS Amadora/Sintra refere que contratou oito especialistas adicionais para a realização de trabalho no serviço de Urgência, tendo como objetivo o reforço das equipas, às quais agradece “todo o empenho e profissionalismo”.
Relativamente à proposta de retirada de Idoneidade Formativa ao Serviço de Cirurgia Geral do HFF, na sequência da visita de verificação realizada em 18 de novembro de 2025 pela Ordem dos Médicos, a instituição diz que está a elaborar a sua pronúncia no âmbito do exercício do Direito de Audiência Prévia.
“A ULS Amadora/Sintra encontra-se disponível para, em cooperação com todas as entidades e numa atitude construtiva, ultrapassar a situação atual, mantendo como prioritário o reforço da equipa de Cirurgia Geral, no sentido de defender o interesse das populações dos concelhos da Amadora e de Sintra”, salientou a ULS.
A Ordem dos Médicos tinha alertado que o Hospital Amadora-Sintra estava a trabalhar abaixo do limite de segurança
lusa/RTP/HN
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