Investigadores da UMinho distinguidos pela Fundação Bial para estudar mecanismos neurais

6 de Fevereiro 2025

Bárbara Coimbra, João Oliveira e Nuno Dinis Alves, da UMinho, recebem 180 mil euros para explorar circuitos neurais ligados à aprendizagem, memória e flexibilidade cognitiva.

Bárbara Coimbra, João Oliveira e Nuno Dinis Alves, investigadores do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho, foram distinguidos pela Fundação Bial com um financiamento total de 180 mil euros para desenvolverem projetos inovadores na área da neurociência. Cada um dos cientistas recebeu 60 mil euros para estudar mecanismos neurais associados à aprendizagem, memória e flexibilidade cognitiva, respetivamente.

Bárbara Coimbra irá liderar o projeto “Cholinergic dynamics of projections from laterodorsal tegmentum to the nucleus accumbens in associative learning”, que visa desvendar como as conexões na região cerebral relacionada com a motivação e as recompensas influenciam a aprendizagem associativa. Para alcançar este objetivo, a investigadora utilizará técnicas avançadas, como fotometria de fibras de duas cores, imagens de cálcio miniaturizadas e optogenética, que permitem mapear a dinâmica deste circuito cerebral ainda pouco explorado.

João Oliveira, por sua vez, irá desenvolver o projeto “Decoding the neural signals underlying memory processing in cortico-limbic circuits”, que se foca na investigação das redes neuronais entre o córtex e o sistema límbico. Estas áreas estão associadas a funções como o pensamento, a tomada de decisões, as emoções e a memória. O investigador pretende examinar como a sinalização intercelular influencia as oscilações neuronais durante diferentes fases do processamento da memória, com especial atenção ao papel dos astrócitos, células gliais que desempenham um papel crucial na comunicação neural.

Nuno Dinis Alves foi premiado pelo projeto “Prefrontal serotonin 1A receptor activation as a key determinant of cognitive flexibility”, que explora o impacto de um recetor de serotonina no córtex pré-frontal na flexibilidade cognitiva. Esta capacidade é essencial para a adaptação a ambientes em constante mudança e para a resolução de problemas. Através de técnicas como optogenética, fotometria de fibras e tomografia por emissão de positrões, o investigador espera fornecer novos dados sobre os mecanismos neurais que sustentam o pensamento flexível.

Os três projetos, financiados no âmbito dos Apoios à Investigação Científica da Fundação Bial, representam um contributo significativo para o avanço da compreensão dos processos neurais. Os resultados obtidos poderão ter implicações relevantes não só para o conhecimento científico, mas também para a compreensão de condições neurológicas e comportamentais, abrindo caminho para futuras aplicações clínicas.

PR/HN/MM

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