Investigadores da UC Pioneiros em Terapia Fotodinâmica Inovadora para Cancro do Pulmão

10 de Fevereiro 2025

Cientistas da Universidade de Coimbra desenvolveram novos compostos à base de corróis para terapia fotodinâmica do cancro do pulmão, com eficácia comparável a tratamentos existentes, menor toxicidade e maior estabilidade. O próximo passo são estudos pré-clínicos.

Uma equipa multidisciplinar da Universidade de Coimbra (UC) está a revolucionar o combate ao cancro do pulmão através do projeto Chem4LungCare, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Liderado por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e da Faculdade de Medicina (FMUC), o projeto foca-se no desenvolvimento de fotossensibilizadores inovadores para terapia fotodinâmica (PDT) e imagiologia, utilizando corróis funcionalizados — compostos orgânicos da família dos tetrapirrólicos.

Os novos corróis, sintetizados através de uma abordagem química pioneira, destacam-se pela elevada eficácia fotodinâmica, equiparável ao Foscan (fotossensibilizador clínico atual), mas com toxicidade reduzida e maior estabilidade. Teresa Pinho e Melo, investigadora do Centro de Química da FCTUC, explica que a introdução do grupo funcional hidrazona nos corróis otimizou a sua atividade terapêutica. «A combinação do macrociclo tetrapirrólico com a hidrazona resultou numa sinergia que amplifica a destruição de células cancerígenas sob luz, preservando os tecidos saudáveis», sublinha.

Os macrociclos tetrapirrólicos — estruturas químicas com quatro anéis pirrólicos interligados — são cruciais pela capacidade de interagir com metais e modular processos biológicos. Nos testes, estes compostos ativados por luz geram espécies reativas de oxigénio, eliminando tumores com precisão. A equipa comprovou ainda que a presença simultânea do macrociclo e da hidrazona é indispensável para a eficácia, superando versões sem este grupo funcional.

Com resultados publicados na capa do Journal of Medicinal Chemistry, o projeto avança agora para estudos pré-clínicos aprofundados, visando validar a segurança e eficácia in vivo. Os investigadores acreditam que esta tecnologia poderá oferecer uma alternativa mais segura e direcionada no tratamento de um dos cancros mais letais mundialmente.

 

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