
Representação esquemática da orientação da construção dos stents coronários impressos em 3D (os suportes não são visíveis).
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra criou stents vasculares biodegradáveis e poliméricos, revestidos com metais como zinco e magnésio. Esta inovação pretende superar as limitações dos stents metálicos tradicionais, oferecendo melhor compatibilidade e visibilidade em exames médicos.

Representação esquemática dos provetes de tração
Os stents, dispositivos médicos utilizados para desobstruir artérias bloqueadas, foram desenvolvidos no Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia. Esta nova abordagem combina o fabrico aditivo (impressão 3D) para criar os stents e a pulverização catódica para revestir os dispositivos com metais biodegradáveis.
A professora Ana Paula Piedade, investigadora no Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE), explica que os stents metálicos tradicionais, apesar de eficazes, são permanentes e não biodegradáveis, podendo causar complicações como a estenose e aumentar o risco de rejeição e toxicidade.
Os novos stents biodegradáveis apresentam várias vantagens:
- Radiopacidade: O revestimento metálico permite que os stents sejam visíveis durante a colocação e em exames médicos posteriores.
- Propriedades antibacterianas: O revestimento de zinco mostrou-se eficaz contra infeções bacterianas.
- Redução de trombos: Os stents revestidos de zinco não promovem a formação de coágulos sanguíneos.
- Melhorias mecânicas: O revestimento de zinco aumentou a resistência dos stents em comparação com os modelos poliméricos não revestidos.
As tecnologias utilizadas no desenvolvimento destes stents, impressão 3D e pulverização catódica, são consideradas sustentáveis, minimizando o desperdício de materiais e utilizando processos energeticamente eficientes.
O próximo passo para a equipa de investigação será realizar testes de compatibilidade com células humanas, alinhando-se com as exigências da União Europeia de reduzir os testes em animais. Se os resultados forem positivos, os investigadores esperam avançar para ensaios clínicos.
Esta inovação foi publicada na revista Bioactive Materials, no artigo científico intitulado “Evaluation of the interface of metallic-coated biodegradable polymeric stents with prokaryotic and eukaryotic cells”.
PR/HN/MM
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