Revolução na produção de carne cultivada: Adeus aos antibióticos

18 de Fevereiro 2025

Estudo da Universidade Hebraica de Jerusalém revela mistura de peptídeos antimicrobianos como alternativa segura aos antibióticos na produção de carne cultivada, promovendo segurança alimentar.

Uma equipa de investigadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, em colaboração com a Singapore-HUJ Alliance for Research and Enterprise (SHARE), desenvolveu uma solução inovadora para eliminar o uso de antibióticos na produção de carne cultivada. O estudo, liderado pelo estudante de doutoramento Idan Yakir e pelo Professor Zvi Hayouka, focou-se na utilização de Misturas de Peptídeos Antimicrobianos Aleatórios (RPMs) como uma alternativa segura e eficaz aos antibióticos tradicionais.

O problema dos antibióticos na carne cultivada
A produção de carne cultivada tem sido vista como uma alternativa sustentável à pecuária tradicional, com potencial para reduzir o impacto ambiental e minimizar os riscos de doenças zoonóticas. No entanto, o uso de antibióticos para prevenir a contaminação bacteriana neste processo tem levantado preocupações sobre a resistência antimicrobiana e a presença de resíduos nos produtos finais.

A solução: Misturas de Peptídeos Antimicrobianos Aleatórios (RPMs)
Os RPMs são cocktails de peptídeos sintéticos com ampla atividade antimicrobiana. A investigação demonstrou que estas misturas são capazes de:

  • Eliminar eficazmente bactérias Gram-positivas (como Listeria monocytogenes) e Gram-negativas (como E. coli) sem danificar as células hospedeiras.
  • Manter a viabilidade das células estaminais mesenquimais, cruciais para a produção de carne cultivada.
  • Apresentar baixa ocorrência de resistência bacteriana, tornando-os uma alternativa mais sustentável a longo prazo.
  • Degradar-se rapidamente num modelo de digestão simulada, indicando ausência de risco de bioacumulação ou efeitos adversos para a saúde após o consumo.

Impacto e perspetivas futuras
Esta descoberta representa um avanço significativo na produção de carne cultivada em larga escala, garantindo simultaneamente a segurança alimentar e a saúde pública. O Professor Zvi Hayouka afirmou: “Os nossos resultados demonstram o imenso potencial dos RPMs como uma nova classe de agentes antimicrobianos para a produção de carne cultivada”.

A equipa de investigação está agora a explorar aplicações industriais e vias regulatórias para integrar os RPMs na produção comercial de carne cultivada, visando uma adoção mais ampla na indústria de proteínas alternativas. Além disso, foi estabelecida uma empresa startup, denominada Prevera, com base nesta tecnologia.

NR/HN/Alphagalileo

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