As nomeações para o BIAL Award in Biomedicine 2025, promovido pela Fundação BIAL, estão abertas até 30 de junho, desafiando grupos organizados de cientistas a indicar artigos científicos de excelência publicados nos últimos dez anos. Este prémio, cuja edição deste ano elevou o montante para 350 mil euros, é já considerado um galardão de referência internacional, frequentemente visto como um prelúdio ao Prémio Nobel. Ralph Adolphs, neurocientista do Caltech (EUA) e presidente do júri, destaca o aumento significativo do valor do prémio como um reflexo do crescente prestígio e impacto da iniciativa na valorização da investigação biomédica mundial. O prémio distingue-se pela sua natureza altruísta, uma vez que os proponentes não podem ser premiados, incentivando a nomeação desinteressada dos trabalhos mais relevantes na área.
O BIAL Award in Biomedicine premeia exclusivamente artigos empíricos revistos por pares, com elevada qualidade científica e impacto clínico claro, excluindo revisões, estudos não revistos (como os depositados no BioRxiv) ou investigações básicas sem relevância clínica explícita. São elegíveis, por exemplo, estudos em modelos animais que apresentem argumentos sólidos sobre a sua aplicabilidade translacional, mesmo sem investigação direta em humanos. Adolphs enfatiza que a missão do prémio, alinhada com os objetivos da Fundação BIAL, é identificar as pesquisas mais notáveis da última década, combinando ciência básica e aplicação clínica, critérios que o distinguem de outros galardões.
A edição de 2025 sucede a um aumento notável de nomeações na edição anterior, com 70 artigos submetidos, um desafio que o júri encara com entusiasmo. A análise destas candidaturas terá início em julho, culminando em dois dias de deliberações a portas fechadas em novembro. Adolphs sublinha a importância de as instituições científicas — como universidades, sociedades, academias ou institutos de investigação — nomearem trabalhos, já que nenhum estudo, por mais brilhante que seja, será considerado sem nomeação. O aumento do montante do prémio para 350 mil euros é visto como um impulso à visibilidade global da biomedicina e à realização de ciência ambiciosa, cada vez mais dispendiosa.
A reputação do prémio foi reforçada após dois coautores do artigo vencedor em 2021 terem recebido o Nobel de Medicina, facto que Adolphs encara com satisfação, embora insista na independência e singularidade dos critérios do BIAL Award. Para o presidente do júri, o galardão não necessita de comparações para afirmar o seu valor, sendo a sua essência a celebração da excelência e do impacto da investigação biomédica. A expectativa para esta quarta edição é elevada, com a Fundação BIAL e o júri a apelarem à comunidade científica global para participar ativamente, destacando os trabalhos que mais contribuíram para o avanço do conhecimento e da prática clínica na última década.
NR/HN/ALphagalileo
Imagem: Uma equipa liderada por Varun Venkataramani, Frank Winkler e Thomas Kuner (Universidade de Heidelberg, Alemanha) venceu o Prémio BIAL de Biomedicina 2023 com uma investigação pioneira em cancro cerebral.
Créditos da fotografia: Fundação BIAL
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