Mas ainda que considerem o seu grau de conhecimento elevado, não só desconhecem algumas das causas da doença, como têm várias conceções erradas sobre o que é, como pode ser prevenida, os seus sintomas, a quem impacta mais e algumas das suas consequências.
Menos de um quarto (24,4%) sabe que a hipertensão arterial é uma das causas da doença e só 27,7% associam a obesidade à doença renal crónica, apesar de ser um dos seus principais fatores de risco. Os dados mostram ainda que 31,6% desconhecem que estamos a falar de uma doença que pode ser prevenida, 61,3% dizem não saber que Portugal é o país europeu com maior prevalência de doentes em terapia substitutiva da função renal, sendo a hemodiálise a terapia mais utilizada.
O inquérito, realizado no âmbito das comemorações do 40.º aniversário da Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL), procura aferir o grau de conhecimento dos portugueses sobre a doença renal crónica, bem como avaliar o grau de informação sobre a realidade da diálise em Portugal e respetivos fatores de valorização. As suas conclusões servirão de base para a definição de estratégias, públicas e privadas, para aumento da literacia sobre esta doença, capacitar os diferentes stakeholders de ferramentas mais eficazes no combate à doença e melhorar o acesso aos respetivos tratamentos.
“Este inédito estudo é um passo essencial para aumentar a literacia sobre a doença renal crónica e esperamos que as conclusões sirvam como base para a implementação de estratégias eficazes que capacitem profissionais de saúde e população a combater a doença de forma mais eficiente”, refere Sofia Correia de Barros, presidente da Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL).
A doença renal crónica é uma doença silenciosa, que avança sem avisar – não apresenta sinais ou sintomas até atingir estádios avançados – e que, sem tratamento precoce, vai continuar a progredir até à insuficiência renal, quando os rins perdem completamente a sua capacidade de filtrar o sangue.
Segundo dados da Sociedade Internacional de Nefrologia, trata-se da 7.ª principal causa de morte entre as doenças não transmissíveis, a nível global, estimando-se que cerca de 850 milhões de pessoas vivam com esta enfermidade em todo o mundo.
Em Portugal, afeta cerca de 9,8% da população adulta, sendo elevada a taxa de incidência de doentes com doença renal crónica no estádio mais avançado que se encontram a realizar tratamento na modalidade de hemodiálise.
NR/PR/HN
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