Em 2025, a Associação Novamente assinala 15 anos de apoio a pessoas com Dano Cerebral Adquirido (DCA) — como traumatismos cranioencefálicos, AVCs ou aneurismas — um problema devastador que afeta milhares de portugueses e que, até hoje, continua sem resposta pública estruturada.
Desde 2010, a associação já apoiou diretamente mais de 1.000 pessoas com DCA e impactou mais de 3.000 familiares e cuidadores. Mas o verdadeiro destaque está no retorno gerado: entre 2020 e 2024, por cada euro investido, a Novamente devolveu quase quatro euros em valor social e económico. Com um orçamento de €1,36 milhões, gerou um impacto estimado de €4,65 milhões — reduzindo custos ao Estado e aliviando o peso sobre as famílias.
“Os números falam por si. A Novamente mostra que solidariedade organizada pode ter um impacto extraordinário. Damos às pessoas uma nova oportunidade de vida”, sublinha Vera Bonvalot, diretora executiva da associação.
Apoio especializado, resultados concretos
Nos últimos cinco anos, a Novamente realizou mais de 12.000 intervenções psicossociais, promoveu mais de 1.300 atividades terapêuticas e ajudou 16 pessoas a regressar ao mercado de trabalho — libertando, ao mesmo tempo, 16 cuidadores para também retomarem as suas vidas profissionais.
Só em 2024, a associação acompanhou 268 pessoas entre os 16 e os 75 anos, das quais 95 novos casos. A maioria está em idade ativa e sofreu TCEs por acidentes de viação ou quedas. Para responder de forma mais integrada, a associação reforçou o apoio com mais de 100 horas de terapia psicológica formal, um passo fundamental para tratar não apenas o dano físico, mas também o impacto emocional nas famílias.
Um trabalho que preenche o vazio do sistema
Sem respostas estruturadas no SNS e no sistema social, muitas pessoas com DCA enfrentam a reabilitação sozinhas. A Novamente tem vindo a ocupar esse vazio com um modelo de apoio contínuo e especializado. E fá-lo com resultados mensuráveis e uma missão clara: devolver autonomia e dignidade a quem teve a vida interrompida por um evento cerebral súbito.
“A ausência de uma estratégia nacional para o DCA torna o nosso trabalho essencial. Somos, muitas vezes, o único apoio para estas famílias”, reforça Vera Bonvalot.
De um caso pessoal a uma missão nacional
Criada em 2010 por familiares e profissionais de saúde, a associação nasceu da experiência traumática vivida por Luís Miguel, vítima de um TCE aos 29 anos. O seu pai, Luiz, juntou esforços para criar uma estrutura que não existia em Portugal. Quinze anos depois, a Novamente é uma referência nacional e um exemplo de como a sociedade civil pode liderar onde o Estado ainda falha.
* Metodologia de cálculo do impacto económico
Para obter o indicador de impacto económico referido, a Novamente comparou os seus custos operacionais com uma estimativa do custo médio-hora, a preços de mercado, dos serviços de apoio que presta aos beneficiários.
Sobre a Novamente
A Associação Novamente (www.novamente.pt) nasceu pelas mãos de Luiz, Pai de Luís Miguel que, numa tarde a praticar horseball sofre uma queda do cavalo, provocando-lhe um traumatismo crânio-encefálico grave aos 29 anos. As suas vidas ficaram suspensas por não encontrarem respostas para esta que seria uma nova vida para toda a família.
Assim, juntou-se a familiares, amigos e médicos ligados à problemática do traumatismo crânio-encefálico e, em 2010, criou a Associação Novamente, com o objetivo de trazer respostas a este público-alvo.
Hoje, a Associação Novamente – Dano Cerebral Adquirido é uma entidade de referência nacional que apoia diferentes danos cerebrais adquiridos, através de serviços de apoio, recapacitação e reintegração.
NR/PR/HN
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