Proteína nasal pode revolucionar diagnóstico precoce da DPOC

29 de Março 2025

Investigadores do Karolinska Institutet descobriram que níveis elevados da proteína interleucina-26 no nariz podem facilitar o diagnóstico precoce da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), permitindo uma avaliação mais simples e segura da inflamação e sintomas associados à doença.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), que afeta cerca de 10% da população mundial e é a quarta principal causa de morte global, pode estar prestes a ter um avanço significativo no seu diagnóstico precoce. Um estudo conduzido por investigadores do Karolinska Institutet, na Suécia, revelou que a análise de material obtido através de uma simples lavagem nasal pode ser utilizada para identificar biomarcadores relacionados com a doença.

A pesquisa focou-se na interleucina-26 (IL-26), uma citocina essencial para a comunicação celular no sistema imunitário e com propriedades inibidoras contra bactérias e vírus. Os resultados mostraram que fumadores com DPOC apresentam níveis significativamente mais elevados de IL-26 no nariz em comparação com não fumadores ou fumadores sem a doença. Este achado sugere que a IL-26 desempenha um papel crucial no processo inflamatório característico da DPOC.

O estudo envolveu 50 participantes divididos entre fumadores com e sem DPOC e um grupo controlo de não fumadores saudáveis. A análise das amostras revelou que os níveis de IL-26 refletem não apenas a inflamação nas vias respiratórias inferiores, mas também sintomas clínicos específicos da doença. Segundo os investigadores, este método poderá substituir técnicas mais invasivas e dispendiosas atualmente utilizadas para avaliar pacientes.

Além disso, foi identificado que células T do sistema imunitário contribuem para a produção de IL-26 no nariz, reforçando o seu papel na inflamação crónica associada à DPOC. Os resultados abrem caminho para novas estratégias terapêuticas focadas na redução da ação desta citocina, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Embora o estudo tenha sido realizado em pacientes com DPOC leve a moderada, os investigadores planeiam expandir as análises para estágios mais avançados da doença. Caso os resultados sejam confirmados em estudos futuros, o método poderá ser implementado nos próximos anos como uma ferramenta acessível e eficaz na caracterização precoce da DPOC.

NR/HN/Alphagalileo

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