Alergias na primavera: recomendações para reduzir a exposição aos alergénios

31 de Março 2025

A primavera é, para muitos doentes alérgicos, uma estação temida.  Como explica a imunoalergologista Mariana Lobato: “os pólenes libertados pelas plantas e árvores que florescem por esta altura são transportados pelo vento e favorecem o contacto dos doentes com este alergénio. Assim, nem todas as pessoas podem desfrutar com qualidade desta estação tão bonita”.

A especialista destaca que a rinite alérgica (pingo no nariz, espirros, comichão no nariz e na garganta e congestão nasal), a conjuntivite alérgica (olhos vermelhos, lacrimejo, sensação de areia nos olhos) e a asma (tosse, cansaço, pieira e falta de ar) são as alergias que mais comumente se associam a esta altura do ano.

“Para aproveitar ao máximo a primavera, sem os sintomas de alergias, como nariz entupido, comichão e olhos inchados, é essencial que os doentes alérgicos se preparem antecipadamente – uma consulta com um alergologista é fundamental, pois o especialista pode ajudar a identificar as causas específicas das alergias e recomendar, além de medicação para alívio, tratamentos personalizados, como a imunoterapia que, em alguns casos, pode ser realizada apenas pré-sazonalmente para prevenir o surgimento dos sintomas nas primaveras seguintes”, refere Mariana Lobato.

Como forma de prevenir a ocorrência de crises alérgicas, é recomendável que seja minimizada a exposição aos alergénios. Em nome da SPAIC, Mariana Lobato deixa algumas recomendações:

  • Evitar áreas exteriores onde é expectável existir elevada concentração de pólenes como os parques/zonas de arborização.
  • Evitar sair em horários de pico polínico: o pólen geralmente é mais abundante nas primeiras horas da manhã e ao final da tarde. É importante tentar limitar a exposição ao ar livre nesses horários, principalmente em dias secos e ventosos.
  • Evitar exercício físico/prática de desportos exteriores durante a época polínica.
  • Estar atento à previsão de pólenes e consultar o Boletim Polínico da SPAIC no site da Rede Portuguesa de Aerobiologia. Aqui podem verificar-se as concentrações polínicas de cada zona do país, o que pode permitir o planeamento de viagens e a adequação de estratégias de prevenção.
  • Manter janelas de casa e dos carros fechadas durante os meses de maior concentração de pólen e eventualmente utilizar filtros de ar com tecnologia de filtros HEPA.
  • Eventualmente, ponderar o uso de máscara que cubra o nariz e a boca ao sair ao ar livre pode ajudar a reduzir a inalação de pólen, especialmente em dias de vento forte.
  • Utilizar óculos escuros no exterior para proteger os olhos. No caso dos motociclistas deverão utilizar capacete integral.
  • Trocar de roupa e tomar banho ao chegar em casa pode ajudar a remover os resíduos polínicos que se aderem às roupas e cabelo, aumentando o tempo de exposição aos mesmos.
  • Durante todo o ano e em especial nos meses solarengos, proteja a pele da exposição solar excessiva. Utilize proteção solar e utilize chapéu e óculos de sol.

“A largo prazo, as doenças alérgicas cronicamente não tratadas, além de influenciarem negativamente a qualidade de vida, podem agravar e ter consequências muito negativas para a saúde dos doentes”, alerta a imunoalergologista. Daí ser fundamental que os doentes alérgicos procurem ajuda junto dos profissionais de saúde o mais cedo possível – “o imunoalergologista vai identificar o que causa os sintomas, permitindo depois a prevenção e tratamento da forma mais eficaz”, conclui Mariana Lobato.

NR/PR/HN

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