É a premissa para o segundo evento do género que acontece no distrito, com o tema “Neurodiversidade e Inclusão” a 10 e 17 de maio.
“A neurodiversidade é um conceito que apela a que o normal não tenha uma definição. A questão são as potencialidades e os caminhos que podem ser feitos para a inclusão”, explicou à Lusa a psicóloga clínica Charlotte Coelho, da organização do evento.
“A neurodiversidade é aquilo que nos caracteriza enquanto seres humanos. Aquilo que nos distingue do que é estático, das pedras, é o facto de sermos todos diferentes. Não há nenhuma pessoa igual à outra. Não há um cérebro igual ao outro. Somos todos neurodiversos”, descreveu o conceito, sublinhando que, na sua opinião, assim se contribui para uma sociedade não padronizada e se caminha para a evolução.
Por isso, desenvolveu a psicóloga, há condições que não são doenças, mas apresentam-se como particularidades com que a pessoa, a família e a sociedade podem conviver, também combatendo estigmas, se tiverem informados para tal.
Entre as neurodiversidades, estão, por exemplo, com autismo, perturbação de desenvolvimento intelectual ou condições que afetem o desenvolvimento global.
Esta parte da sociedade enfrenta maiores desafios, onde serão precisos ajustes no acesso ao mercado de trabalho ou nas respostas socioescolares.
“Quando olhamos, por exemplo, para as taxas de desemprego nestas populações que apresentam diagnósticos de neurodesenvolvimento na vida adulta, os números falam por si. Quando olhamos para as escolas, como na altura da transição para o ensino superior, ainda precisam ser melhoradas”, considerou Charlotte Coelho.
Segundo a informação disponibilizada na página da internet da Austim Europe, estudos feitos mostram que entre 76 a 90% dos adultos com autismo estão desempregados.
O seminário é gratuito e aberto a todos para conseguir “consciencializar a comunidade em geral para a neurodiversidade e que todos somos neurodiversos”, rematou a psicóloga ligada ao neurodesenvolvimento, em particular ao espectro de autismo desde a infância até à vida adulta.
O programa conta com a participação de nomes como Miguel Palha, Ana Castro Santos, João Faria e Pedro Chagas Freitas.
O evento vai acontecer na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Bragança, do Instituto Politécnico de Bragança, um dos parceiros do Hospital Terra Quente, responsável pelo evento, que se estreou no ano passado em Mirandela.
lusa/HN
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