O Dia Mundial da Asma celebra-se este ano no dia 6 de maio e é organizado desde 1998 pela Global Initiative for Asthma (GINA), uma organização com o apoio da OMS, cujo objetivo é aumentar a consciencialização e o conhecimento acerca da asma em todo o mundo.
A OMS reconhece que a asma é uma patologia de grande importância em termos de saúde pública, podendo afetar mais de 260 milhões de pessoas e ser responsável por mais de 450.000 mortes a cada ano em todo o mundo. Estima-se que em Portugal cerca de 7% da população adulta sofra de asma.
A asma é uma doença respiratória crónica caracterizada pela inflamação das vias respiratórias, que resulta em falta de ar, tosse, pieira e sensação de aperto torácico. Embora não haja cura para a asma, é possível controlá-la com medicação e seguimento adequados.
As exposições inalatórias, ou outros elementos externos, podem desempenhar um papel significativo no desencadear dos sintomas de asma, destacando-se:
- Aeroalergénios como pólenes ou ácaros do pó doméstico e certos medicamentos (sobretudo anti-inflamatórios);
- Agentes irritantes como fumos, poluição atmosférica e odores intensos;
- Exposição a frio
- Exercício físico.
A identificação destes fatores é fundamental para o controlo da asma, permitindo adotar estratégias de prevenção ou evicção.
Uma das principais dificuldades no tratamento da asma reside na correta utilização dos inaladores e na adesão consistente, diária e a longo prazo à terapêutica prescrita. Assim, é fundamental o ensino, de forma repetida, da técnica inalatória correta, bem como esclarecer mitos e conceções erradas e envolver o doente na escolha do inalador, adequando a sua seleção ao perfil e preferências do mesmo.
A educação do doente desempenha um papel crucial, pois promove uma melhor compreensão da doença e dos seus sintomas, aumenta o conhecimento sobre os medicamentos utilizados e sobre os fatores que podem levar ao agravamento sintomático, permitindo assim uma gestão mais eficaz da doença.
Quando, apesar da otimização de todos estes fatores, a doença se mantém não controlada, pode ser necessário avançar para uma escalada terapêutica — o que pode incluir o aumento da dose dos medicamentos atuais, a introdução de outras classes de fármacos inalados ou, em casos mais graves, o início de terapêutica injetável hospitalar.Parte inferior do formulário
Para além do tratamento da inflamação brônquica é necessário reconhecer e tratar outras patologias que podem estar associadas à asma, nomeadamente a rinite, a sinusite com ou sem polipose nasal, a obesidade, a síndrome da apneia do sono e o refluxo gastroesofágico. Essas condições podem agravar os sintomas da asma e dificultar o tratamento, uma vez que elas podem causar inflamação adicional nas vias aéreas ou interferir na função respiratória.
Em 2025 o GINA escolheu o tema “Tornar os tratamentos inalatórios acessíveis para todos”, enfatizando deste modo a necessidade de garantir que todos os doentes com asma possam ter acesso a medicamentos inalados que são essenciais para o seu tratamento. Os inaladores contendo corticoesteróides são a base do tratamento da inflamação brônquica subjacente à fisiopatologia da asma, de modo a evitar morbilidade e mortalidade por asma.
O tratamento eficaz da asma envolve uma abordagem multidisciplinar e a implementação de estratégias que promovam o controlo da doença, a manutenção de uma função respiratória normal, com a menor interferência nas atividades de vida diária do doente, aumentando assim a sua qualidade de vida. Parte superior do formulário
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