Fisioterapeutas debatem SNS, impacto da inteligência artificial e regulação em Congresso

9 de Maio 2025

A Fisioterapia centrada na pessoa, o seu papel na saúde pública, a regulação profissional, as inovações tecnológicas e o impacto da inteligência artificial na prática da Fisioterapia são alguns dos temas a abordar no XII Congresso Nacional dos Fisioterapeutas, que começa hoje, em Lisboa, na sede da Ordem dos Contabilistas Certificados.

Organizado pela Ordem dos Fisioterapeutas, o Congresso, que termina amanhã, tem como mote 360º Identidade e Valor e reúne profissionais, nacionais e internacionais, e também estudantes que irão refletir sobre a identidade profissional e debater os desafios e inovações que moldarão o futuro da Fisioterapia. Portugal conta com mais de 13.000 Fisioterapeutas, dos 72,5% são mulheres.

O papel da Fisioterapia na saúde pública em Portugal será um dos temas em destaque durante os trabalhos. Hoje existem apenas 1500 Fisioterapeutas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e destes só 150 estão envolvidos com os cuidados de saúde primários. A Ordem dos Fisioterapeutas defende

que os recursos humanos e os serviços das Unidades Locais de Saúde (ULS) sejam reorganizados com serviços e unidades de fisioterapia, com modelo de organização e funcionamento semelhante ao que já está a ser implementado para outras profissões de saúde, como psicólogos e nutricionistas.

Os Fisioterapeutas atuam na promoção da saúde e na educação para a saúde, na redução do risco e prevenção da lesão, perturbação ou doença e na manutenção, recuperação, habilitação, reabilitação e paliação de pessoas, grupos ou comunidades. Intervêm na saúde ocupacional, no envelhecimento ativo e na saúde mental.

O XII Congresso acontece na mesma altura em que foi homologado, pelo Ministério da Saúde, o Regulamento Geral de Especialidades Profissionais de Fisioterapia. É uma etapa relevante para o reconhecimento e a valorização das especialidades dentro da profissão, permitindo que os Fisioterapeutas possam obter, para já, o título de especialista nas áreas de Fisioterapia Cardiorrespiratória, Fisioterapia Músculo-Esquelética, Fisioterapia Neurológica e Fisioterapia.

O regulamento estabelece ainda a criação dos colégios de especialidade e define claramente as

competências exigidas dos profissionais, bem como o processo para obtenção e renovação do título

de especialista. O processo de criação de especialidades é um reflexo da constante evolução da profissão e visa, principalmente, melhorar a excelência, a qualidade e segurança dos cuidados prestados aos utentes.

Aumentar a acessibilidade aos cuidados dos Fisioterapeutas a partir da referenciação por médicos de qualquer especialidade, aprofundar a elaboração de normas técnicas e estabelecer protocolos de intervenção em colaboração com as várias especialidades médicas e outros profissionais de saúde e promover o desenvolvimento da investigação científica são algumas das metas da Ordem para os próximos anos.

Para António Lopes, Bastonário da Ordem, o Congresso será “um evento de enorme importância para todos nós, em que celebramos a nossa identidade profissional, refletindo sobre o impacto que a Fisioterapia tem tido e continuará a ter na vida dos cidadãos e no sistema de saúde português”.

lusa/HN

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