A recondução acontece num momento de exigência para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), marcado por desafios estruturais e pela necessidade de consolidar transformações já iniciadas. No âmbito do Especial Eleições 2025, em resposta ao HealthNews, Ana Paula Martins apresentou as prioridades da AD para a nova legislatura, centradas no reforço do SNS, na valorização dos profissionais de saúde, no investimento em saúde mental e na cooperação com os setores social e privado para garantir melhor acesso e qualidade dos cuidados.

“A trave mestra das políticas públicas de saúde em Portugal é o SNS”, afirmou a Ministra, sublinhando que o Estado deve recorrer aos setores social e privado em regime de complementaridade sempre que não consiga, por si só, dar resposta às necessidades da população.

Relativamente aos profissionais de saúde, Ana Paula Martins identificou a falta de investimento da última década como causa de exaustão e desmotivação. Desde o início do seu mandato, têm decorrido negociações com médicos, enfermeiros, técnicos de emergência pré-hospitalar, farmacêuticos hospitalares e técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, com o objetivo de alcançar acordos que dignifiquem as carreiras e melhorem as condições remuneratórias.

A Ministra reiterou ainda a importância da continuidade de modelos organizacionais que promovam a produtividade, como as Unidades de Saúde Familiar (USF) Modelo B e os Centros de Responsabilidade Integrados (CRI), bem como a implementação do Plano de Emergência e Transformação da Saúde, com destaque para o Plano de Motivação dos Profissionais de Saúde (PETS).

A recondução de Ana Paula Martins simboliza a vontade política de assegurar estabilidade e dar seguimento às reformas em curso. O sucesso deste novo ciclo dependerá, contudo, da capacidade de enfrentar os desafios acumulados e de reconquistar a confiança dos profissionais e da sociedade civil.

Resenha Curricular – Ana Paula Martins, Ministra da Saúde

Ana Paula Mecheiro de Almeida Martins Silvestre Correia, nascida a 4 de novembro de 1965 em Bissau, Guiné-Bissau, assumiu em 2 de abril de 2024 o cargo de Ministra da Saúde do XXIV Governo Constitucional de Portugal, sob a liderança do primeiro-ministro Luís Montenegro. Licenciada em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa em 1990, completou o mestrado em Epidemiologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa em 1995, e doutorou-se em Farmácia Clínica pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa em 2005145.

A sua carreira profissional destaca-se por mais de duas décadas como professora auxiliar na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, onde exerceu também as funções de subdiretora entre 2020 e 2024. Entre 1994 e 2006, foi diretora do Centro de Estudos de Farmacoepidemiologia da Associação Nacional das Farmácias, tendo desempenhado ainda o cargo de secretária-geral da Ordem dos Farmacêuticos entre 1989 e 1992.

Ana Paula Martins foi bastonária da Ordem dos Farmacêuticos de 2016 a 2022, presidiu ao Instituto de Saúde Baseada na Evidência desde 2019 e coordenou o Centro de Farmacovigilância de Lisboa, Setúbal e Santarém durante vários anos. Na área hospitalar, assumiu a presidência do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), que integra o Hospital de Santa Maria, entre dezembro de 2022 e janeiro de 2024. Foi ainda diretora de “External Affairs e Market Access” da MSD Portugal entre 2006 e 2014.

Na carreira política, integrou o Partido Social Democrata desde 2002, foi vice-presidente do partido sob a liderança de Rui Rio entre dezembro de 2021 e maio de 2022, e foi eleita deputada à Assembleia da República pelo círculo de Lisboa em março de 2024, antes de assumir o ministério. Foi assessora do Ministro da Educação e do Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares entre 1992 e 1994.

Ana Paula Martins é casada com Alberto Silvestre Correia e tem dois filhos. Em maio de 2025, foi anunciada a sua recondução como Ministra da Saúde para o XXV Governo, com o objetivo de dar continuidade às reformas no Serviço Nacional de Saúde e valorizar os profissionais de saúde.

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HN