Para o Bastonário, Luís Filipe Barreira, “Esta recondução é uma oportunidade para consolidar o trabalho iniciado. Esperamos que o Governo cumpra os compromissos assumidos com os enfermeiros e avance com coragem nas reformas de que o SNS precisa. A Ordem manterá uma postura construtiva, mas exigente.”
Em apenas dez anos, o país conheceu cinco ministros da Saúde. Esta constante mudança tem dificultado reformas estruturais que exigem tempo. A atual Ministra herdou uma realidade difícil, num SNS degradado por anos de desinvestimento. Demonstrou, desde o início, proximidade com os profissionais, conhecimento técnico e vontade de construir soluções em diálogo.
Com a sua recondução, o Governo tem agora condições para avançar de forma determinada. A reforma dos cuidados de saúde primários, o reforço dos cuidados continuados, a modernização das carreiras e a valorização real dos profissionais não podem continuar a ser adiadas.
Entre as medidas por concretizar, destacam-se dois compromissos eleitorais assumidos pelo Governo que a Ordem acompanhará com especial atenção: a criação do internato em enfermagem e a atribuição da competência da prescrição aos enfermeiros no âmbito do desenvolvimento da prática avançada.
A governação da Saúde não pode ser feita ao sabor das notícias do dia. Exige visão estratégica, firmeza nas decisões e políticas sustentadas no tempo. O país beneficiaria de um compromisso político alargado que blindasse a Saúde dos ciclos curtos e das lógicas de combate partidário.
A Ordem dos Enfermeiros continuará a defender os cuidados, os profissionais e os cidadãos. Apontará soluções, mas também denunciará tudo o que ponha em causa a qualidade da resposta e a dignidade de quem cuida.
NR/PR/HN
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