Obesidade; a “culpa” não é da proximidade de fast-food

25 de Maio 2020

Um novo estudo da Universidade de Lund, na Suécia, não mostrou que exista uma correlação entre a obesidade e a proximidade de restaurantes de fast-food. Viver perto de um ginásio também não tem efeitos benéficos significativos

Um novo estudo da Universidade de Lund, na Suécia, não mostrou que exista uma correlação entre a obesidade e a proximidade de restaurantes de fast-food. Viver perto de um ginásio também não tem efeitos benéficos significativos. Estudos anteriores efetuados noutros países indicaram que esses fatores poderiam ser importantes na obesidade adulta.

As áreas em que vivemos são importantes para a nossa saúde. Por exemplo, a obesidade é mais prevalente em bairros pobres, com taxas elevadas de desemprego.

A razão pela qual a obesidade é mais prevalente nesses bairros tem sido um tópico de discussão entre investigadores e políticos desde há muito tempo. Os estabelecimentos comerciais, como restaurantes de fast-food e ginásios, atraíram muito a atenção neste debate.

“No entanto, o nosso estudo, que utilizou dados longitudinais de registos nacionais de mais de 1,5 milhão de adultos, não encontrou uma associação estatisticamente significativa entre esses dois tipos de estabelecimentos e a obesidade”, explica Kenta Okuyama, estudante de doutoramento do Centro de Investigação em Cuidados de Saúde Primários da Universidade de Lund.

Os investigadores dizem que é improvável que a disponibilidade de fast-food ou a falta de ginásios sejam a causa de obesidade em suecos adultos.

“Embora a redução de estabelecimentos de fast-food ou a introdução de instalações de atividade física possam, em teoria, promover uma alimentação e exercícios saudáveis, essa medida pode não ser muito eficaz em todos os países e regiões. Os contextos variam. A cultura e o estilo de vida podem afetar a frequência com que as pessoas utilizam essas instalações no dia a dia”, diz Kenta Okuyama.

“O próximo objetivo será investigar quais são os outros fatores que podem ter impacto no risco de obesidade na Suécia”, conclui Kenta Okuyama.

NR/AO

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