Centros comerciais e lojistas preparados para reabrir em junho

25 de Maio 2020

Os centros comerciais e lojistas asseguram estar preparados para reabrir em pleno em 01 de junho, apelando à não discriminação face aos restantes espaços de retalho, mas pedem medidas que travem o impacto da pandemia de covid-19 no setor.

“A APCC [Associação Portuguesa de Centros Comerciais] enquanto interlocutor deste setor em Portugal reitera que os centros comerciais e os seus lojistas estão preparados para voltar em pleno no início da fase três do plano de desconfinamento, tal como previsto”, indicou, em comunicado, a associação.

Citado no mesmo documento, o presidente da APCC assegurou que os centros comerciais conseguem garantir as condições de segurança aos visitantes e colaboradores das lojas.

Assim, a expectativa é de que os centros comerciais, em 01 de junho, “não sejam novamente discriminados face a outros espaços de retalho e possam abrir na sua totalidade”, defendeu António Sampaio de Mattos.

De acordo com a associação, os espaços ainda encerrados, como as atividades do setor alimentar e restauração, são responsáveis por uma “percentagem significativa” dos lojistas, assegurando este setor mais de 100 mil postos de trabalho.

“Os cidadãos podem ter confiança e tranquilidade absolutas no uso dos espaços, com a certeza de que são cumpridas todas as regras de segurança sanitária decorrentes da lei, as recomendações da DGS e as melhores práticas promovidas pela indústria”, acrescentou Sampaio de Mattos.

Este responsável vincou ainda que os associados da APCC estão a trabalhar para encontrar soluções para assegurar a viabilidade dos negócios e das operações das suas 8.600 lojas.

No entanto, a associação defendeu ser necessário adotar medidas adicionais para o setor atenuar o impacto da covid-19, como a flexibilidade nas declarações de IVA, a suspensão e prorrogação do pagamento de outros impostos no período referente ao estado de emergência e à situação de calamidade.

Adicionalmente, o setor reivindica uma moratória de pagamentos de empréstimos, a redução das tarifas de eletricidade, água e gás e respetivas taxas fixas, desde o início do estado de emergência até dois meses após a reabertura do comércio, a aplicação de medidas de crédito fiscal generalizado aos operadores de comércio a retalho e prestadores de serviços com operação em loja física, bem como a criação de um fundo de garantia dos arrendamentos/ remunerações, a fundo perdido.

“O executivo deverá, em conjunto com outras instituições europeias, encontrar formas de apoio concretas aos lojistas que estejam a viver dificuldades financeiras por efeito da pandemia de covid-19, independentemente da moratória para o pagamento de rendas”, lê-se no documento.

Portugal regista hoje 1.330 mortes relacionadas com a covid-19, mais 14 do que no domingo, e 30.788 infetados, mais 165, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

Em comparação com os dados de domingo, em que se registavam 1.316 mortos, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 1,1%.

Relativamente ao número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus (30.788), os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) revelam que há mais 165 casos do que no domingo (30.623), representando uma subida de 0,5%.

Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

A pandemia de covid-19 já provocou quase 345 mil mortos e infetou mais de 5,4 milhões de pessoas em todo o mundo.

Mais de 2,1 milhões de doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.

LUSA/ HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Projeto IDE: Inclusão e Capacitação na Gestão da Diabetes Tipo 1 nas Escolas

A Dra. Ilka Rosa, Médica da Unidade de Saúde Pública do Baixo Vouga, apresentou o “Projeto IDE – Projeto de Inclusão da Diabetes tipo 1 na Escola” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa visa melhorar a integração e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes tipo 1 no ambiente escolar, através de formação e articulação entre profissionais de saúde, comunidade educativa e famílias

Percursos Assistenciais Integrados: Uma Revolução na Saúde do Litoral Alentejano

A Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano implementou um inovador projeto de percursos assistenciais integrados, visando melhorar o acompanhamento de doentes crónicos. Com recurso a tecnologia digital e equipas dedicadas, o projeto já demonstrou resultados significativos na redução de episódios de urgência e na melhoria da qualidade de vida dos utentes

Projeto Luzia: Revolucionando o Acesso à Oftalmologia nos Cuidados de Saúde Primários

O Dr. Sérgio Azevedo, Diretor do Serviço de Oftalmologia da ULS do Alto Minho, apresentou o projeto “Luzia” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa inovadora visa melhorar o acesso aos cuidados oftalmológicos, levando consultas especializadas aos centros de saúde e reduzindo significativamente as deslocações dos pacientes aos hospitais.

Inovação na Saúde: Centro de Controlo de Infeções na Região Norte Reduz Taxa de MRSA em 35%

O Eng. Lucas Ribeiro, Consultor/Gestor de Projetos na Administração Regional de Saúde do Norte, apresentou na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde os resultados do projeto “Centro de Controlo de Infeção Associado a Cuidados de Saúde na Região Norte”. A iniciativa, que durou 24 meses, conseguiu reduzir significativamente a taxa de MRSA e melhorar a vigilância epidemiológica na região

Gestão Sustentável de Resíduos Hospitalares: A Revolução Verde no Bloco Operatório

A enfermeira Daniela Simão, do Hospital de Pulido Valente, da ULS de Santa Maria, em Lisboa, desenvolveu um projeto inovador de gestão de resíduos hospitalares no bloco operatório, visando reduzir o impacto ambiental e económico. A iniciativa, que já demonstra resultados significativos, foi apresentada na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, promovida pela Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar

MAIS LIDAS

Share This