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A crise e a pós-crise do covid-19
A incerteza relativa ao novo coronavírus – desde a sua origem até à sua vacinação ou ao seu tratamento ainda não encontrados, passando pelas caraterísticas ainda algo indefinidas com que ataca a saúde humana – lançou uma enorme onda de incerteza, que predomina.
Os diferentes Governos, e também o português, procuraram e procuram tomar medidas sanitárias mais ou menos apropriadas, mas não se sabe até onde irá a atual onda pandémica, nem se a ela se seguirão outras. Embora, aparentemente o ser humano infetado crie imunidade e se saiba que dezenas de instituições de investigação científica e empresas estão a procurar vacinas e medicamentos que resolvam a situação, prevalece uma grande incerteza, que agora também é social, política, económica e financeira.
Um período de crise e grande incerteza, como o relativo ao Covid-19, pode ser uma oportunidade para o indivíduo refletir sobre as suas causas e as soluções desejáveis, bem como para aproveitar para fazer um certo balanço da sua vida. Guardar diariamente para si dez ou quinze minutos, para relaxar e meditar um pouco, utilizando o método que preferir dos muitos disponíveis; mas procurando conhecer-se melhor, em toda a sua dimensão. Será apropriado ponderar onde está, de onde vem e para onde vai. Para onde vai em termos de tendência e também para onde será mais importante ir, da forma mais útil para si, mais útil para os outros e mais útil para o Todo.
Perceber o que deverá corrigir em si para melhor progredir; e como se manter paciente e persistentemente focado nisso, até conseguir.
Vale a pena ponderar nas razões desta pandemia, desde as mais diretas às mais profundas. O porquê da embriaguez hipermaterialista da humanidade em geral e dos hábitos alimentares exóticos de animais selvagens, sacrificados em mercados públicos, sem quaisquer condições de higiene. O porquê da ausência de consensos em torno de medidas que beneficiem a humanidade em geral, desde a limitação e/ou proibição da comercialização de armas bélicas, passando por medidas de defesa do ambiente, até medidas preventivas e/ou soluções terapêuticas para uma pandemia do tipo da atual, há muito prevista pelos peritos do setor. O porquê da falta de discernimento político em grandes e em pequenos países, por parte dos seus governantes e de quem os elege, sem definirem políticas e estratégias que previnam crises como a que estamos a viver. O porquê de sermos todos tão semelhantes perante um mero coronavírus.
Mas também o porquê da perspetiva egoísta e demasiado focada no seu ego, por parte de tantas e tantas pessoas no planeta, muitas vezes procurando sobressair, exaltar-se, mostrar-se, ser melhor que os outros, esquecendo a verdadeira essência de si próprio e de todos os que nos rodeiam, afinal iguais, pequenas partículas do Todo Universal, absolutamente iguais em essência. Esquecendo que estamos todos interligados e que o que afeta um ser humano tem algum efeito – ainda que muito pequeno – em todos os outros. Esquecendo que a verdadeira felicidade não está em receber (muito menos em acumular, açambarcar, desviar ou roubar), mas em dar, em ser útil aos outros e a si próprio, numa postura solidária, de harmonia crescente.
Fará sentido ponderar como a área da saúde não investiu em investigação que permitisse evitar ou limitar claramente esta crise epidémica. Ponderar como na Europa a saúde tem sido sucessivamente alvo de cortes orçamentais; como o investimento industrial na saúde tem sido desprezado e quase incentivado a deslocalizar-se para o oriente. Ponderar como em Portugal se fizeram importantes cortes administrativos nos preços dos medicamentos e dos dispositivos médicos, nos orçamentos hospitalares e nas verbas destinadas à investigação; procurando manter elevados níveis de exigência de qualidade, o que não poderá, obviamente, acontecer.
Devem ser tiradas ilações: a saúde merece e precisa de investimento apropriado e de margens convenientes para servir os interesses da população, evitando dependências de países terceiros; e para cumprir uma estratégia desenvolvimentista, que permita transferir da academia para as empresas o conhecimento necessário à criação e comercialização de produtos e serviços inovadores e competitivos à escala global. Desse modo, a saúde em Portugal, servirá melhor as necessidades da população e desenvolverá as suas características exportadoras, contribuindo cada vez mais para a criação de riqueza.
Uma grande crise coletiva, como uma pandemia, uma guerra ou uma catástrofe natural pode e deve ser aproveitada para uma reflexão profunda que nos permita sair dela mais fortes, quer em termos individuais, quer em termos coletivos. E a saúde em Portugal tem grandes potencialidades para transformar uma situação difícil numa grande oportunidade de melhoria.
A área da saúde não investiu em investigação que permitisse diminuir esta crise ,não se
Compreende esta atitude no século XXI um!