Prémio BIAL para a Medicina Clínica: “Procuramos trabalhos de qualidade que traduzam a importância da investigação clínica ”.

07/23/2020
Este Prémio conta já com mais de 30 anos de história. É um dos mais antigos e dos mais valiosos galardões na área da Saúde com o objetivo de promover, incentivar e dar conhecer a importância da investigação em medicina clínica.

Em entrevista à HealthNews, o Professor Doutor Manuel Sobrinho Simões, Presidente do júri do Prémio BIAL de Medicina Clínica, fala da importância do galardão – “um dos um dos mais antigos e dos mais valiosos na área da Saúde”. As candidaturas estão abertas até 31 de agosto.

Qual a relevância de um prémio como estes para a comunidade científica e de investigação de um país do tamanho de Portugal?
O Prémio BIAL de Medicina Clínica foi criado em 1984. Este Prémio conta já com mais de 30 anos de história. É um dos mais antigos e dos mais valiosos galardões na área da Saúde com o objetivo de promover, incentivar e dar conhecer a importância da investigação em medicina clínica.

Falo da investigação clínica que é feita nos hospitais, nos centros de saúde, envolvendo os doentes e que por isso tem um grande impacto na sua qualidade de vida. Aliás, os últimos Prémios atribuídos traduzem isso mesmo. Por exemplo, na edição de 2018 foi premiado o estudo “Cancro Gástrico em Portugal – Como reduzir a mortalidade por cancro gástrico em Portugal” do Prof. Mário Dinis-Ribeiro, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

O trabalho evidenciou o papel da endoscopia na deteção precoce do cancro gástrico ou de lesões precursoras de cancro e também foram explanadas recomendações inerentes aos principais fatores de risco. Existem outros exemplos similares nos premiados de edições anteriores.

Considero que esta é a melhor prova da relevância deste Prémio e da aposta na investigação em medicina clínica e de como pode ser decisiva na busca de melhores soluções de tratamento para os doentes, abrangendo, consequentemente, outras dimensões da Saúde que também temos de ter em conta, por exemplo, a alocação de recursos financeiros, as políticas de prevenção, etc…

O que procura o júri num projeto galardoado com o Prémio Bial da Medicina Clínica?
Trabalhos de qualidade que traduzam o que acabei de explanar na questão anterior: a importância da investigação clínica para conseguirmos alcançar melhores soluções para os doentes.

Digo conseguirmos, porque penso que os trabalhos premiados dão pistas, fornecem informações, traçam caminhos que vão para além dos profissionais de saúde que diretamente trabalham com o doente. Refiro-me a outros agentes da Saúde que são também cruciais quando pensamos em melhores soluções para os doentes: os decisores políticos, as administrações hospitalares, as administrações regionais, etc…

Enquanto Presidente do Júri gostaria de ver trabalhos de investigação que nos questionem sobre os procedimentos atuais ou as guidelines e recomendações existentes para tratar determinadas doenças. É esse questionamento que nos permite evoluir e melhorar a forma como tratamos os nossos doentes.

De forma geral, como vê o trabalho desenvolvido em Portugal e nos restantes países de expressão oficial portuguesa (o critério para a candidatura) em relação ao que se faz lá fora?
A Fundação BIAL criou em 2018 um novo Prémio, o BIAL Award in Biomedicine, que tem uma dimensão internacional e visa premiar a investigação biomédica.

Com o Prémio BIAL de Medicina Clínica a Fundação quer premiar a investigação feita em Português. Esta abertura é também reflexo do acordo de cooperação assinado em 1997 entre a Fundação e a CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Naturalmente, a realidade da Saúde em Portugal é diferente da de outros países de língua oficial portuguesa e entre estes também há dimensões muito diferentes. Será muito gratificante para o Júri receber trabalhos que espelhem os avanços que estão a ser feitos em muitos países de expressão portuguesa com uma importância vital nos seus indicadores de Saúde.

João Daniel Ruas Marques

 

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