“Os madeirenses precisam de respostas e de soluções para agora, não é para manhã”, disse o líder do grupo parlamentar do PS na Assembleia Legislativa, Rui Caetano, sublinhando que os utentes não podem continuar à espera da conclusão do novo hospital para disporem de acesso “rápido, eficiente e com qualidade” à saúde.
O deputado socialista falava em conferência de imprensa junto às obras da nova unidade hospitalar, em fase de terraplanagem, na freguesia de São Martinho, no Funchal.
“O próximo Orçamento do Estado garante as verbas necessárias para continuar a construção do novo hospital, com apoio a 50% do Governo da República, mas, naturalmente, nós também queremos dizer que esse apoio da República para um projeto de interesse comum é um apoio que vem salvaguardar um direito dos madeirenses”, disse Rui Caetano.
E reforçou: “Não é nenhum favor, não é nenhuma esmola. É um direito que os madeirenses têm no acesso à saúde com rapidez, com eficiência e com qualidade. E essa situação está salvaguardada.”
O líder parlamentar socialista acusou, por outro lado, o Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, de negligenciar os serviços de saúde à conta da nova infraestrutura.
“Os madeirenses – e basta ver o estado em que está a obra, está no início – não podem continuar à espera da conclusão do hospital para terem acesso rápido, eficiente e com qualidade à saúde”, alertou, vincando que a construção vai demorar ainda vários anos.
Rui Caetano indicou que a Madeira regista, atualmente, 118 mil atos médicos por cumprir, incluindo 44 mil consultas em lista de espera, bem como 20 mil cirurgias e 22 mil consultas de diagnóstico.
“O Governo Regional, com a sua falta de estratégia, está a empurrar os madeirenses para o privado, só que nem todos têm o dinheiro suficiente para salvaguardar esse direito”, disse, remetendo a solução para propostas apresentadas pelo PS, como a reorganização dos serviços públicos e contratação de mais médicos.
A obra de construção do novo Hospital Central da Madeira está orçada em cerca de 340 milhões de euros e o Governo da República assegura o cofinanciamento em 50% da construção, fiscalização da empreitada e aquisição de equipamento médico e hospitalar.
A proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) prevê transferir para a região autónoma até 12.109.821 euros no próximo ano.
Além disso, o executivo, tal como já aconteceu este ano, autoriza o Governo Regional a contrair novos empréstimos bancários em 2022 para financiar o novo Hospital Central da Madeira, desde “que não impliquem um aumento de endividamento líquido” superior a 158,7 milhões de euros.
O novo hospital, que abrange uma área de 172 mil metros quadrados, terá 607 camas, sendo 79 de cuidados intensivos e 503 destinadas a internamento geral, um parque de estacionamento com capacidade para quase 1.200 automóveis e um heliporto.
LUSA/HN
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