Na nota que acompanha a decisão de ‘rating ‘CCC+/C’ em moeda estrangeira, de longo e curto prazo, os analistas da S&P afirmam que a perspetiva de evolução estável reflete o equilíbrio entre os riscos associados aos grandes défices externos e orçamentais de Moçambique contra a melhoria do crescimento económico para além deste ano, apoiado por grandes investimentos nos setores extrativos.
O nível de CCC+ é o terceiro mais baixo na escala sobre a qualidade do crédito soberano, sendo considerado ‘lixo’ ou ‘junk’ por estar vários níveis abaixo do patamar da recomendação de investimento.
No entanto, os analistas da S&P asseguram o ‘rating’ ‘B-/B’ de crédito de emissor em moeda local, de longo e curto prazo, para a economia moçambicana.
Num cenário positivo, os analistas adiantam poder ser considerado o aumento da classificação “nos próximos 6-12 meses, se as perspetivas de crescimento económico de Moçambique melhorassem, os riscos políticos diminuíssem como resultado das taxas de vacinação [contra a covid-19] aceleradas e com a retoma sustentável dos projetos de GNL [Gás natural liquefeito]”.
“Apesar de os rácios de crédito – incluindo a dívida em relação ao PIB – e os amplos défices orçamentais continuarem a levantar questões sobre a capacidade de serviço da dívida a longo prazo de Moçambique, esperamos que o país possa cumprir as suas obrigações nos próximos 12 meses”, sustentam os analistas.
Apresentando também o cenário negativo, os analistas dizem que as classificações podem descer, nos próximos 12 meses, se o desempenho económico de Moçambique enfraquecer substancialmente, por exemplo, devido “aos riscos de insurgência persistentes que poderiam afetar de forma adversa grandes projetos de gás”.
“Moçambique enfrenta vários desafios relacionados com a pandemia da covid-19, enquanto os recentes eventos meteorológicos extremos prejudicam as perspetivas de crescimento do país”, lembram.
Todavia, acrescentam, “a atividade económica deve recuperar em 2021, perante desafios ambientais, de segurança e sociais consideráveis, e acelerar de 4% em 2022 para normalizar em 5,5% em 2024”.
NR/HN/LUSA
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