França apoia soberania no continente africano em matéria de vacinas

6 de Dezembro 2021

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, defendeu esta segunda-feira, em Dacar, o desenvolvimento de "sinergias" para haver soberania em África em matéria de vacinas, sendo que a produção de vacinas é baixa no continente.

Esta declaração surgiu após a deteção de uma nova variante do novo coronavírus, a Ómicron, na África do Sul, está a afetar vários países africanos.

Atualmente, apenas 1% das vacinas utilizadas em África são produzidas no continente.

A União Africana (UA) quer aumentar esta proporção para 60% até 2040.

A Europa e a França estão a trabalhar pela “soberania das vacinas” em África e “esperam que esta soberania possa fazer parte de uma parceria global”, afirmou o ministro francês, numa conferência de imprensa no Instituto Pasteur em Dacar, que tinha acabado de visitar.

Deverá participar no Fórum para a Paz e Segurança em África, que abriu hoje em Dacar e irá durar dois dias.

“O assunto para o qual estamos a trabalhar em conjunto é cumprir” o objetivo de “60% de autonomia de produção de vacinas em África até 2040 estabelecido pela União Africana”.

Sublinhou a necessidade de “reforçar sinergias” para alcançar este objetivo. França apoia o Instituto Pasteur em Dacar nos projetos de vacinas contra a febre-amarela e a Covid-19.

Le Drian assegurou que o compromisso assumido pela União Europeia de entregar 500 milhões de doses até meados de 2022 aos seus parceiros em todo o mundo seria “mantido”.

“Vamos mesmo entregar 300 milhões de doses antes do final deste ano e, deste total, uma parte significativa é destinada a África”, afirmou, sem dar mais pormenores.

Quando se trata de vacinas, “há os que dizem e os que fazem, os que anunciam e os que entregam”.

“Nem sempre são as mesmas e raramente são as mesmas. Nós entregamos”, continuou, referindo-se à China.

O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu mil milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 a África no dia 29 de novembro em Dacar, sob a forma de doações ou apoio à produção local, durante o Fórum de Cooperação China-África (Focac) em Diamnadio, perto da capital senegalesa.

O Presidente disse que o objetivo da China era preencher a “lacuna vacinal” do continente.

A pandemia de Covid-19 matou pelo menos 5.253.726 pessoas em todo o mundo desde dezembro de 2019, segundo um balanço até às 11:00 de hoje da agência France-Presse, com base em fontes oficiais.

No total, 265.138.170 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados no mesmo período.

Nas últimas 24 horas registaram-se mais 6.704 mortes e 402.998 casos de Covid-19 em todo o mundo.

África totalizou, até hoje, 223.471 mortes (8.740.617 casos).

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em cerca de 30 países de todos os continentes, incluindo Portugal.

LUSA/HN

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