Ministra da Saúde recusa demissão da administração do Hospital de São João

21 de Dezembro 2021

A ministra da Saúde recusou esta segunda-feira o pedido de demissão apresentado pelo conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), na sequência do incêndio que deflagrou naquele hospital e que fez um morto e quatro feridos graves.

“A ministra da Saúde mantém total confiança no trabalho desenvolvido pelo Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de S. João e na sua capacidade de congregar esforços para prestar os melhores cuidados de saúde às populações, pelo que não pode aceitar o pedido de demissão”, afirma um comunicado do gabinete de Marta Temido.

Segundo a mesma fonte, a ministra da Saúde reconhece o “elevado sentido ético no exercício de funções públicas dos elementos do conselho de administração” CHUSJ, ao colocarem os seus mandatos à disposição, perante o incêndio que domingo ocorreu no hospital e que fez um morto e quatro feridos graves.

“A ministra da Saúde solidariza-se e acompanha a consternação de toda a equipa dirigente perante os factos ocorridos, lamenta profundamente a morte registada, o sofrimento dos familiares envolvidos, agradecendo aos profissionais de saúde e bombeiros que, pondo a sua vida em risco, responderam e combateram o incêndio”, avança ainda o comunicado.

O presidente do Conselho de Administração do CHUSJ, Fernando Araújo, afirmou ontem ter apresentado o pedido de demissão à ministra Marta Temido.

“O Conselho de Administração do CHUSJ apresentou à senhora ministra da Saúde o pedido de demissão. O Conselho de Administração do CHUSJ permanecerá em funções até à decisão da senhora ministra da saúde”, afirmou Fernando Araújo.

Em declarações aos jornalistas, o presidente do Conselho de Administração salientou que tem de existir “um sentido ético no exercício das responsabilidades públicas que não deve ser esquecido”.

Apresentando as condolências à família do doente falecido na sequência do incêndio que deflagrou no serviço de pneumologia, Fernando Araújo afirmou que o plano de incêndio do hospital e o plano de emergência interno foram prontamente ativados.

Aos jornalistas, o presidente do Conselho de Administração disse também que os quatro feridos ainda se encontram em estado grave e que os vários profissionais de saúde que necessitaram de assistência tiveram todos alta durante a noite de domingo.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já revelou que instaurou um inquérito para apurar as responsabilidades no incêndio e que o processo de inquérito ao Centro Hospitalar Universitário de São João vai ser conduzido por dois inspetores do Núcleo Regional do Norte.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Greve dos enfermeiros com adesão global de 76,8%

A greve de sexta-feira dos enfermeiros registou uma adesão global de 76,8%, um valor que demonstra o “descontentamento que existe de norte a sul do país” nesses profissionais de saúde, anunciou o sindicato que convocou a paralisação.

Fundação Champalimaud: Como os cérebros transformam sons em ações

Um novo estudo do Laboratório Renart, publicado na Current Biology, apresenta resultados que permitem a nossa compreensão sobre como as informações sensoriais e as escolhas comportamentais estão entrelaçadas dentro do córtex — a camada externa do cérebro que molda a nossa percepção consciente do mundo.

Xavier Barreto: “Não podemos andar de seis em seis meses a mudar tudo”

O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) defendeu que uma das principais, e mais polémicas, reformas do Serviço Nacional de Saúde deve ser mantida pelo novo Governo. No âmbito da 13ª Conferência Valor APAH, Xavier Barreto afirmou: “A reforma das ULS deve ser mantida”.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights