Apesar de desconhecer o processo clínico de Jerónimo de Sousa, o especialista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) considera que não é aconselhável que, após a alta hospitalar, o líder do PCP “retome toda a atividade de uma vez só”.
“A alta hospitalar costuma acontecer três ou quatro dias após a cirurgia e depois é necessário mais uma ou duas semanas de alguma vida regrada, pois não se pode fazer logo tudo o que se fazia”, sublinhou.
O cirurgião Manuel Fonseca salienta que se trata de uma cirurgia minuciosa, com incisão, realizada apenas em centros especializados de angiologia e cirurgia vascular, que já se faz há algumas décadas e que, “feita por mãos experimentadas, acaba por ser uma cirurgia simples e um pós-operatório benigno de três ou quatro dias”.
“Mesmo depois da alta hospitalar há que ter algum recato e repouso durante algum tempo, que é variável, dependente de como correu a cirurgia, mas normalmente são necessárias uma a duas semanas”, disse o médico, acrescentando que são necessários os devidos cuidados para não existir infeção na fase pós-operatória..
Jerónimo de Sousa vai ser submetido a uma operação urgente “da estenose carotídea (à carótida interna esquerda), que não pode ser adiada para depois das eleições”, na quinta-feira.
Trata-se de uma intervenção em que a artéria carótida interna, que leva o sangue da aorta para o cérebro, é aberta cirurgicamente para remover a estenose (obstrução), que dificulta a circulação sanguínea cerebral.
Segundo o cirurgião vascular Manuel Fonseca, esta intervenção visa prevenir o surgimento de acidentes cardiovasculares (AVC) e acidentes isquémicos cerebrais.
O PCP indicou, através de uma nota, que o dirigente do partido “vai ser internado na quarta-feira” e prevê que “retome no final da próxima semana a sua intervenção política, nomeadamente na campanha eleitoral em curso para a Assembleia da República”.
LUSA/HN
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